Os Terrakota estão de volta aos álbuns de energia limpa, formação renovada, baterias recarregadas e ainda mais força! Tal como nos últimos três álbuns da banda, trata-se de uma edição completamente independente, só possível graças à dedicação multidisciplinar dos membros da banda, à contribuição de pessoas que gostam da arte criada pelos Terrakota através de uma campanha de CrowdFunding e à generosidade e entrega dos engenheiros de som e músicos de Lisboa que colaboraram na sua génese. Hoje em "Discurso" destaque para os Terrakota e o álbum "Oxalá".
Portugal Rebelde - O estado das sociedades humanas e do planeta serve, mais uma vez, de base a uma mensagem crítica e consciente neste “Oxalá”?
Terrakota - Claro que sim! Para Terrakota a música sempre será um veiculo para denunciar e resolver problemas ,destacar virtudes e superar adversidades. Este álbum ,assim como os outros, foca se mais na cura do que na doença.Gostamos sempre que possível abordar problemas de uma forma irónica, alegre e construtiva salvo algumas excepções em que é necessário “pressionar bem a ferida” para que a hipocrisia desvaneça.
PR - Desta vez compuseram um álbum em que a maioria dos temas são em português. A que se fica a dever esta escolha?
Terrakota - A escolha deve se a algo expontâneos que é sermos portugueses e temos estado mais por Portugal durante este álbum . A língua em que é cantada a nossa musica varia muito com as nossas experiências e os locais onde as vivemos e como nos últimos anos não temos feito tantas viagens naturalmente o português começou a ganhar espaço nas letras.Estamos a redescobrir o nosso pais e a sua língua, fomos aprendendo por influências diversas a saber articular melhor o português nas nossas canções.
PR - “Mexe Mexe”, foi a canção escolhida para single de avanço deste novo trabalho. De que é nos fala este tema?
Terrakota - Esta música é uma daquelas criticas irónicas “á la Terrakota”. A degradação da vida das pessoas gerada pela tal crise económica que rebentou em 2008 e que até hoje se mantém como um mantra na comunicação social.Na realidade a crise é social e não económica , é de valores e não financeira.É isso que a música quer chamar á atenção. Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres...”aperta!aperta! o cinto de braguilha aberta, a dívida não é certa. Há muita história bem coberta” (excerto do tema Mexe Mexe). Apelamos neste tema a que as pessoas reavaliem a o que está mesmo a acontecer e se juntem criando soluções alternativas e criativas á situação criada pelo sistema de consumo em massa engendrado pela esfera do topo capitalista. Somos nós, o povo, as massas que fazemos a máquina económica funcionar, só não estamos é bem direcionados para entende-la e faze-la funcionar em prol de todos.
PR - Um álbum de Terrakota também é sempre um espaço aberto à arte trazida por outros músicos, artistas visuais e escritores. Querem falar-nos um pouco das participações deste disco?
Terrakota - Este álbum para além da participação humana e artística dos músicos de Terrakota contou com as vozes da :
Selma Uamusse -uma voz, talento e coração incríveis.
Anastácia Carvalho - com os mesmo atributos da Selma (trabalham juntas no Gospel Collective - e já tinha cantado connosco no single “é verdade” do álbum "Oba Train".
João Gomes (Orelha Negra; Ana Moura; etc..) -gravou os teclados do reggae Cegueira.Sempre que queremos introduzir teclados em algum tema nunca hesitamos em chamá-lo.
Florian Doucet aka Korrupt Flo - Já tinha feito parte da formação de Terrakota no ano 2012 na voz e saxofone e o tema em que cantou já remontava dessa época. Como o tema foi incluido no disco teve que vir com Florian e foi como sempre incrível. O Florian é um pequeno génio do talento.
Vitorino - Dispensa apresentações. A ideia surgiu porque o tema Oxalá tinha a característica “Alentejoárabe Desertblues” e o Vitorino conhece a banda desde o inicio por intermédio de um dos nosso elementos que é seu conhecido desde criança. Para nós foi a escolha perfeita para improvisar uma pequena moda alentejano no inicio do tema.
Beat Laden (produtor) -Para além de nosso técnico de som e co-produtor do “World Massala” e deste álbum também é, ou sempre foi, produtor de música electronica onde se destacam o seu incrível contributo no 1º álbum de Batida , o "Dance Mwangiolé" que nos levou a tomar a decisão de o convidar a produzir o "Mexe Mexe".
Marcio Silva - Baterista de Terrakota entre 2011 e 2014 participou não só como baterista mas também como letrista. Outro incrível talento da musica e da escrita que integrou e integra inúmeros projectos para além dos seu a solo intitulado de Edu Mundo.
PR - Numa frase apenas como caracterizariam este “Oxalá”?
Terrakota - Um renascimento iluminado pela Luz da esperança e da vontade de estar junto a fazer arte.
PR - Para terminar, o que é que o público pode esperar de um concerto dos Terrakota?
Terrakota - Nove pessoas em palco sendo que oito tocam 20 instrumentos diferentes e o outro dança com roupas e cenários diversos consoante o contexto e ritmo da música, muita interação e canto em várias línguas. Muita festa e celebração da vida ,da arte e da união sem fronteiras. Uma terapia de grupo disfarçada de evento cultural.
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