18/10/2016

YOU CAN´T WIN CHARLIE BROWN | Discurso Direto


Na sempre inatacavelmente científica Wikipédia, cuja fiabilidade quase ultrapassa a certeza de que quando Michael Phelps nada é para decorar o pescoço com ouro (inserir ironia a gosto), marrow é um vegetal parente da courgette, cultivado nas ilhas britânicas, na Holanda e na Nova Zelândia. Diz-se ainda que, mantendo as características de cor e forma da courgette, o legume em causa tem um sabor neutro e é insípido quando cozinhado. Até aqui, apetece rir quando pensamos no nome escolhido pelos You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB) para o seu terceiro álbum. Não poderia ser mais despropositada a relação entre esta acepção da palavra e a música da banda lisboeta. Mas basta insistir um pouco na leitura e descobre-se que esse sabor neutro faz com que a sua utilização gastronómica passe sobretudo por servir de invólucro para recheios de todo o género. Hoje em "Discurso Direto", é meu convidado Salvador Meneses, um dos elementos dos You Can´t Win Charlie Brown.

Portugal Rebelde - João Bonifácio escreveu no Ipsilon que “os You Can´t Win Charlie Brown quiseram fazer um disco simples, não conseguiram. Continuam óptimos”. Este é o melhor elogio que vos podem fazer?

Salvador Menezes - É um bom elogio, mas acreditamos que dá sempre para fazer melhor. Por exemplo: “Os You Can’t Win Charlie Brown fizeram o melhor álbum desde que há memória da humanidade”, juntando, “ainda por cima estão cada vez mais bonitos com a idade”.

PR - É verdade que “Marrow” é a tentativa dos YCWCB de fazerem uma lipo-aspiração ao seu som?

Salvador Menezes -  Neste disco quisemos “impor” algumas regras novas no jogo:

1. As músicas serão vistas em ensaio. Pela primeira vez temos uma sala de ensaios (no HAUS) e quisemos ao máximo tirar proveito disso. Nos outros dois álbuns os arranjos foram principalmente feitos cada um em sua casa.

2. Cada elemento adiciona o seu arranjo. Só uma camada no máximo.

3. As canções terão no máximo 6 vozes (o equivalente ao número de elementos da banda).

Claro que houve excepções, mas no geral as regras foram cumpridas. Isto fez com que queimássemos algumas gorduras e ganhássemos mais músculo.

PR -  “Above The Wall” foi a canção escolhida para single de avanço deste novo trabalho. Este é o tema que melhor caracteriza o “espirito” deste “Marrow”?

Salvador Menezes - Não sei se é a canção que melhor caracteriza o espirito do “Marrow”, mas achámos que era o single que melhor fazia a transição de um álbum para o outro. Essa foi a razão principal da escolha da “Above the Wall” para primeiro single.

PR - Numa frase apenas como caracterizariam este “Marrow”?

Salvador Menezes -  “É simples. Se abana, é gordura” – Arnold Schwartzenegger

PR - No próximo dia 22 de Outubro apresentam as canções deste disco, na Casa das Artes, em de Vila Nova de Famalicão. O que é que o público pode esperar deste concerto?

Salvador Menezes -  Os YCWCB mais festivos que nunca.

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