Depois de se estrearem com os singles “Pó no Pé” (2017) e “Outra Vez” (2016) e de contagiarem o público português nos concertos que têm feito por todo o país, os Cassete Pirata acabam de apresentar o seu EP de estreia, um disco "levemente melancólico, com cheiro a verão e a mar." Hoje em "Discurso Direto" são meus convidados os Cassete Pirata.
Portugal Rebelde - Antes de mais, quem são os Cassete Pirata?
Cassete Pirata - Os Cassete Pirata são uma banda com cinco elementos, que toca música em Português que andará entre o Rock e Dream Pop. O Pir compõe, canta e toca guitarra, o António Quintino toca baixo e vozes, a Margarida Campelo toca teclados e vozes, a Joana Espadinha toca teclados e vozes também, e o João Pinheiro toca bateria. Começámos a banda em inicio de 2016, fizemos um E.P produzido pelo Benjamim, e temos tentado fazer o máximo de estrada pelo País fora. Gostamos muito uns dos outros e estamos cá para fazer muitos discos pelos anos fora…
PR - No press release deste disco pode ler-se: “A banda representa o descomprometimento de quem consegue enfiar uma canção pop entre os solos de guitarra de Firmino e a batida demolidora, suada e sem t-shirt de João Pinheiro”. É mesmo assim?
Cassete Pirata - Acho que sim. Muitos dos membros da banda começaram noutros estilos musicais. Tentamos misturar todas essas experiências e influências com a intenção de fazer canções que as pessoas possam cantar e com que se possam relacionar. Não temos propriamente a necessidade ou a vontade de querer pertencer a alguma estética especifica ou estilo, portanto a composição e a construção da música acabam por sair de forma bastante livre e descomprometida. Sem querer temos criado esse carimbo - há canções, há solos de guitarra à antiga, há beats para tirar o pé do chão e há também musica com alguma intenção progressiva e orquestral. Mas o melhor mesmo é ouvir sem pensar em nada disto.
PR - Numa frase como caracterizariam este EP de estreia?
Cassete Pirata - É um EP saudosista, levemente melancólico, com cheiro a verão e a mar.
PR - Qual é o tema que melhor define o “espírito” deste disco?
Cassete Pirata - Imagino que talvez seja o Pó no Pé, o segundo single a ser apresentado.
PR - No passado dia 5 de Maio apresentaram as canções deste disco no Teatro do Bairro, em Lisboa. Como é que o público recebeu a vossa música? Foi talvez o concerto mais importante até agora (sendo que todos os outros foram super saborosos e importantes também) porque conseguimos que fossem ao concerto não só os fãs que nos seguem desde o inicio e que por isso são também os mais animados e que já cantam as canções, mas também que fosse muita gente que ainda não tinha visto a banda ao vivo. Fizemos perto de 14 concertos antes da data de Lisboa portanto a banda estava super bem rodada e sabíamos que nos íamos divertir imenso em palco. E foi o que aconteceu. Conseguimos “encher” o Teatro do Bairro, com imensos amigos que viveram aquilo super intensamente connosco. O feedback da malta foi muito bom e portanto acho que vai ser um concerto que nos vamos lembrar para sempre.
PR - Para terminar, a que se fica a dever a escolha de Cassete Pirata para nome do grupo?
Cassete Pirata - O nome do grupo foi um processo lento e traumático. Já ensaiávamos há uns meses e ninguém conseguia arranjar um nome. Um dia num ensaio, já em desespero porque para breve íamos dar o nosso primeiro concerto e precisávamos mesmo de um nome para nos apresentar, o Quintino (nosso baixista) sugeriu Cassete Pirata e a malta gostou. Era um nome fácil de memorizar, tinha “Pir” lá no meio, e representava de alguma forma algum revivalismo do som da banda. Muitas das influências maiores da banda são desse tempo onde os fãs trocavam e gravavam cassetes piratas uns aos outros - era uma maneira muito bonita e pessoal de partilhar música. Nós próprios somos todos filhos das Cassetes, éramos miúdos e foi assim que primeiro ouvimos musica ou gravámos…No fundo esta banda é o espaço que nós os cinco temos para pormos musica que gostamos para dar ás pessoas.
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