Após dez anos a dar voz às canções da Deolinda, Ana Bacalhau editou recentemente o seu primeiro disco em "Nome Próprio". Aqui reúne alguns dos melhores compositores nacionais da atualidade, casos de Samuel Úria, Jorge Cruz, Nuno Prata, Afonso Cruz, Nuno Figueiredo, Capicua, Márcia, Carlos Guerreiro e Francisca Cortesão e, na versão do disco em exclusivo na Fnac, de António Zambujo e João Monge. Hoje em "Discurso Direto" é minha convidada Ana Bacalhau.
Portugal Rebelde - Gonçalo Frota escreveu recente no Ípsilon que “Nome Próprio” é «um disco que é tanto de aldeia quanto da cidade, em que se aproxima tanto de Janis Joplin quanto de um mandar de baile.» Esta é a melhor definição para sua primeira aventura a solo?
Ana Bacalhau - É um bom ponto de partida para descrever este disco, sim. Quis que nele habitassem mundos muito distantes, mas que se uniam no meu coração, no conjunto de influências que me foram formando como músico. Está lá a aldeia dos meus avós e a cidade onde cresci, os americanos e ingleses que tanto ouvi quando era miúda e os portugueses que fui procurar quando comecei a cantar. É no fundo o meu mundo aquele que tentei recriar e apresentar neste disco.
PR - Na Deolinda canta os outros, este é um disco para cantar a Ana Bacalhau?
Ana Bacalhau - Sim, isso mesmo. Depois de uma década a cantar as vidas dos outros, senti que precisava de olhar para dentro para me reencontrar e perceber que música é que faço quando me canto a mim.
PR - “A Bacalhau”, é o tema mais biográfico?
Ana Bacalhau - É aquele que cita coisas concretas que me aconteceram e pessoas muito importantes para mim, detalhes da minha vida que contei à Capicua durante uma longa conversa telefónica. Se quiserem saber como foi a minha vida, podem ouvi-lo. Se quiserem saber como é a minha cabeça e o que me vai na alma, haverá outros que me contam de forma muito fiel também.
PR - Para além de si, este disco conta com canções compostas por Samuel Úria, Jorge Cruz, Nuno Prata, Afonso Cruz, Nuno Figueiredo, Capicua, Márcia, Carlos Guerreiro, Janeiro e Francisca Cortesão. O que é que lhes pediu quando partiu para a composição deste “Nome Próprio”?
Ana Bacalhau - Pedi-lhes que escrevessem sobre a Ana que conhecem. A proposta era essa. Que fosse algo que não se pudesse confundir com Deolinda, também.
PR - “Nome Próprio” tem uma edição exclusiva Fnac, num formato diferente e com uma canção extra, “Dama da Noite”, de António Zambujo e João Monge. De que é nos fala este tema?
Ana Bacalhau - Fala-nos de alguém que observa esta mulher que se move na noite escura e se encanta por ela. Não é claro se quem a observa a conhece e ela caminha para ele ou se é uma desconhecida por quem se apaixonou. Achei bonita esta dicotomia escuro-luz que a letra vai construindo.
PR - Numa frase como caracterizaria este disco?
Ana Bacalhau - Meu.
PR - Para terminar, nos dias 26 e 31 de Janeiro, apresenta as canções deste disco em Lisboa (Teatro Tivoli BBVA) e no Porto (casa da Música). O que é que o público pode esperar destes concertos?
Ana Bacalhau - Pode esperar a Ana maratonista de sempre, aquela que não pára um segundo nas canções mais enérgicas e que deixa tudo o que tem em palco. Podem esperar também uma Ana que canta de olhos fechados, curvada sobre si, quieta. Um cenário feito a pensar no disco, nas canções e com vídeos que ajudam a pintar a música. Uma super banda que me acompanha e, para além das canções de "Nome Próprio", algumas canções que me inspiraram para fazer este disco.
Sem comentários:
Enviar um comentário