João Couto é um dos cantautores mais promissores da atualidade. A expectativa surgiu logo que se consagrou vencedor da 6.ª edição do “Ídolos”. Mas a música há muito que é a sua maior paixão. "Carta Aberta" é o título do muito aguardado álbum de estreia do jovem músico. Nesta sua “Carta Aberta”, João Couto revela-se um intérprete, compositor e letrista de recorte clássico, cujas maiores referências tanto passam por nomes como The Beatles e Bruce Springsteen, Rui Veloso, Jorge Palma e cantautores nacionais mais recentes. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado João Couto.
Portugal Rebelde - Até que ponto o “Best Of” do Rui Veloso mudou a tua vida?
João Couto - Mudou tudo, mostrou-me o que era “Música” com M grande. O que se podia fazer com uma boa letra em português e uma melodia orelhuda. Que se podia conquistar o mundo, tanto quanto eu entendia. A partir do momento em que ouvi esse CD no carro quando tinha 4/5 anos sabia que me ia dedicar à música o resto da minha vida.
PR - A solidão, a fuga, o amor e o desamor são os grandes temas que cantas neste “Carta Aberta”?
João Couto - Sim, isso e as dores de crescimento. De estares naquele limbo estranho entre ser jovem e adulto ao mesmo tempo. Quando começas lentamente a ganhar uma responsabilidade maior pelas tuas ações. Algumas das canções lidam com ela fugindo dessa mesma responsabilidade (“Corolla”) outras a fazer questões e a partilhar frustrações (“Carta Aberta”) e outras a encontrar a solução para esses problemas na pessoa que nos faz sentir especial (“O Melhor de Mim”). Todas as canções acabam por comunicar umas com as outras estes temas todos daí ter escolhido estas 12 para o alinhamento.
PR - “Canção Só” foi a canção escolhida para single de apresentação deste álbum. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste “disco”?
João Couto - É um excelente cartão de visita ao disco porque não deixando de ser pop e melodiosa é orgânica e com um produção e interpretação bem doseada, deixando o suficiente de fora para que o resto do alinhamento do álbum surpreenda as pessoas que só têm essa música como introdução. É direta ao assunto e a melodia e a letra são realmente as “protagonistas”. E o facto de ser uma canção que aborda a solidão dessa forma tão leve e bem humorada é perfeito porque este disco foi realmente construído numa altura meia “eremita” da minha vida em que estava um bocado à deriva a tentar perceber o próximo passo a dar.
PR - Para além de canções assinadas inteiramente por ti, “Carta Aberta” inclui temas em co-autoria com Samuel Úria, Pedro de Tróia (Capitães da Areia), Janeiro e João Martins. Como é que foi trabalhar com estes músicos?
João Couto - Foi excelente. O caso do João Martins, que produziu o álbum todo, foi fenomenal, porque era mesmo fã do trabalho dele como produtor e arranjador mas não lhe conhecia a faceta de composição e ofereceu-me um tema (“Balada do Cidadão”) que é um desvio muito interessante e bem-vindo no disco. Foi fantástico vê-lo a construir o arranjo com a banda e o quarteto de cordas em estúdio. O Samuel, o Pedro e o Janeiro, cada um tem a sua história mas têm todas um ponto em comum, que as canções nasceram em troca de emails e mensagens que agilizaram o processo, foram canções construídas à distância mas a química e sinergia que se criou foi tal que o resultado final foi mesmo perfeito. Admiro bastante o trabalho deles e é fenomenal ver que eles perceberam tão bem o que procurava nos respectivos temas que trabalhamos. Não podia ter pedido melhor.
PR - Estás feliz com resultado final deste “Carta Aberta”?
João Couto - Muito. Acho que é realmente o melhor “primeiro álbum” que podia ter feito. É diverso sem perder coerência, é simples sem ser simplista e é melodioso e pop mas sem perder mensagem. E foi um disco de amigos feito entre amigos na minha terra natal. Impossível superar isso.
PR - Para terminar, quando é que vamos ter a oportunidade de ouvir as canções deste disco em palco?
João Couto - Dia 3 Maio eu e a minha banda vamos apresentar o disco ao vivo na Sala 2 do Hard Club pelas 21.30h. Vai ser a apresentação oficial. A partir daí andar um bocado pelo país todo com o disco debaixo do braço. Apareçam, que vai ser uma grande festa!
Sem comentários:
Enviar um comentário