Raquel Ralha & Pedro Renato trabalham juntos desde os tempos dos Belle Chase Hotel. Prosseguiram caminho com Wraygunn, Azembla’s Quartet, Ellas e Mancines. A convite da Rádio Universidade de Coimbra, juntaram-se nos Estúdios Blue House, pela primeira vez como um duo, para gravar três "covers". Assim surgiram as versões de “Nerves” (Bauhaus), “Peek-A-Boo” (Siouxsie and The Banshees) e “Right Now” (Herbie Mann / Mel Tormé), que funcionaram como motor de arranque a um disco integral de versões "The Devil´s Choice Vol.1", editado pela mão da Lux Records. No próximo dia 9 de Junho há concerto de lançamento da edição em vinil do "The Devil's Choice Vol. 1" no Teatrão, em Coimbra. Hoje em "Discurso Direto" são meus convidados Raquel Ralha & Pedro Renato.
Portugal Rebelde - Antes de mais, como é que surgiu a ideia para gravarem o álbum "The Devil's Choice Vol. 1" ?
Raquel & Pedro - Já há algum tempo que planeávamos fazer uma revisitação do nosso trabalho em conjunto ao longo de todos estes anos; nesse entretanto, após sermos convidados pelo Rui Ferreira para fazer três versões para o programa “Cover de Bruxelas”, da Rádio Universidade de Coimbra, ficámos satisfeitos com o resultado final, o que acabou por ser o mote para avançarmos para a gravação de um disco integral de versões/recriações.
PR - Em que medida as onze canções que fazem parte deste disco remetem para as memórias da vossa adolescência?
Raquel & Pedro - Em grande medida, ou mesmo na medida toda! Como tivemos um passado muito semelhante em termos de preferências musicais e como temos uma forma muito intuitiva e simbiótica de trabalhar, todo o processo se revelou bastante instintivo e tirámos dele grande prazer. Mexer/recriar/imprimir algo de nós em músicas que ouvíamos quando ainda nem sequer nos passava pela cabeça podermos vir a ser músicos profissionais soube bem a triplicar.
PR - Qual foi o critério para a escolha das onze canções que compõe este “The Devil´s Choice ?
Raquel & Pedro - Após muitas hipóteses na mesa, conseguimos chegar a um alinhamento com um fio temático condutor que permitisse fazermos um álbum coerente, apesar de os temas originais e os artistas escolhidos terem proveniências e características tão diferentes entre eles. O cunho musical pessoal que lhe imprimimos ao recriar as músicas veio completar e unir todas as pontas soltas.
PR - É verdade que o facto de as canções não serem originais permitiu "algum distanciamento", tornando possível um processo de criação "muito rápido" ?
Raquel & Pedro - Apesar do que se possa pensar, o processo de recriação de um tema que não é nosso não é, por si só, mais fácil e mais rápido, porque tudo o que de nós saiu para a construção das versões teve um trabalho muito pormenorizado e atento e representou um desafio, uma vez que queríamos ter em mãos um trabalho de que nos orgulhássemos para o resto da vida. De qualquer modo, sim, o facto de serem temas que nos estão muito entranhados na memória musical pode ter facilitado o processo, em certa medida, no sentido em que o à-vontade com que as abordámos e o rumo que queríamos que tomassem foi bastante natural.
PR - Já tiveram oportunidade apresentar as canções deste disco em concerto. Qual tem sido o “feedback” do público?
Raquel & Pedro - O disco tem tido uma grande aceitação e excelentes críticas e o “feedback” do público tem sido surpreendente. Temos um grande orgulho ao ver as pessoas satisfeitas com o nosso trabalho e isso é uma das coisas que nos motiva para continuar, obviamente.
PR - Para terminar, o título do álbum prevê que o trabalho de recriações não fique por aqui?
Raquel & Pedro - Sim, temos já algumas coisas alinhavadas para um próximo disco, com uma temática diferente, e em breve começaremos a afunilar as escolhas e a trabalhar nos temas.
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