Torcido nasce da junção de timbres e melodias que André Nunes há muito tinha na "gaveta". Passou à prática e deixou-as em formato físico no EP "Cabaça" lançado em 2017. Tal como a cabaça se espalhou pelo mundo aquando das várias migrações do Homem ou mesmo pelas sementes levadas pelo vento, a musicalidade e as impressões provocadas deste disco vão, seguramente, fazer-nos voar por esse imaginário adentro e (a)fora. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado André Nunes, um dos elementos do projeto Torcido.
Portugal Rebelde - Antes de mais, como e quando é que o projeto Torcido começou a dar os primeiros passos?
André Nunes - Na realidade foi o ano passado com o lançamento do Ep “cabaça”e, respectivo videoclip “vapor de chá”. Mas já anda a ser planeado à muito tempo …
PR - A afinidade que desde cedo cultivou pelo Jazz está presente neste disco?
André Nunes - Sim, sem dúvida! Além de ter estudado jazz (estilo que há muito me identifico) sempre gostei do lado mais “torcido” da música. Ritmos e melodias de difícil audição inicial, mas que depois perduram. Não quero dizer com isto que não goste de canções mais imediatas mas a tendência é escolher sempre a “nota estranha”!
PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o espírito deste EP?
André Nunes - Acho que este Ep é muito variado na sua forma. Tem músicas bastante diferentes e gosto disso. Não posso dizer que há uma música que o caracteriza mas o “Atordolado “ tem um espírito de viagem que gosto bastante e que gostaria também de o transmitir.
PR - É verdade que lado cinematográfico da música o atrai?
André Nunes - Sim sem dúvida. Músicas que inevitavelmente associamos imagens quer pela sua componente instrumental e/ou espacial. Quando vejo um filme, o som ou a banda sonora é que me fazem emocionar e ter toda aquela junção de sentimentos. Obviamente que a imagem reforça mas o som é que assusta, que relaxa, que enerva, enfim …que te modifica emocionalmente.
PR - Numa frase como caracterizaria o EP “Cabaça”?
André Nunes - “Fruto” de várias castas com um trago muito personalizado e fiel à origem.
PR - Para terminar, a que se fica a dever a escolha de “Torcido” pata título deste projeto?
André Nunes - Não há grande explicação mas o nome surgiu numa noite com amigos onde essa palavra “veio à baila” e facilmente me soou bem e ficou-me no ouvido. Acho que a questão do nome é meramente identificativo e não tem de ter uma justificação mas se conseguires dar um nome onde resumes o teu trabalho acho incrivelmente bom . Para mim torcido é tudo o que saí um bocadinho fora da caixa, que não segue os “parâmetros normais” e obviamente que me identifico com isso também. Tudo que é muito direitinho chateia-me!
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