"The Invisible World of Beautify Junkyards" marca o regresso dos Beautify Junkyards às edições discográficas. "The Invisible World of..." é, acima de tudo, um álbum com um espírito coletivo muito acentuado e em que a maioria das músicas tiveram como raiz longas sessões de improviso. Musicalmente, este terceiro álbum dos Beautify Junkyards pode ser considerado mais atmosférico e com uma amplitude emocional mais alargada que os trabalhos anteriores. Os Beautify Junkyards são: João Branco Kyron (sintetizadores e voz), Rita Vian (voz), João Pedro Moreira (viola, sintetizadores), Helena Espvall (violoncelo e viola), Sergue(baixo) e António Watts (bateria e percussões).
Beautify Junkyards - Iniciou-se com algumas sessões de improviso num retiro campestre, depois escolhemos as melhores ideias e começamos a fazer um trabalho mais minucioso em cada uma das músicas, em pequenos grupos fomos desenvolvendo os arranjos, os sons, as texturas e em paralelo fomos criando as melodias e as harmonias das vozes. Por fim veio a escrita das letras, em que procurámos recriar em palavras os ambientes e cenários que a música nos transmitia.
PR - Na capa deste “The Invisible World…” uma figura fantasmagórica irrompe de um cenário habitado por árvores, dois homens, uma mulher de rosto escondido, um cavalo. Que sítio é este rodeado de tanto mistério?
Beautify Junkyards - A capa foi criada pelo designer Julian House, responsável por capas de artistas como os Oasis, Broadcast, Stereolab e Primal Scream. O Julian queria transmitir uma imagem que convidasse as pessoas a penetrar numa floresta densa e ao mesmo tempo contar pequenas histórias através de personagens enigmáticos. O design é um pouco inspirado no universo imagético dois posters de cinema da new wave checa, colagens, psicadelismo, sobreposição de planos.
PR - Este disco é editado pela Ghost Box, uma editora britânica. Como é que surgiu esta ligação com a Ghost Box?”
Beautify Junkyards - Como eramos grandes fãs da música e estética da editora, enviamos-lhes o nosso álbum “The Beast Shouted Love” e eles gostaram muito. Logo surgiu um convite para lançarmos um single numa colecção deles “Other Voices”, single esse que foi lançado em 2016. Entretanto fomos percebendo que existia uma forte afinidade estética e lançaranos o desafio para criarmos um novo álbum para lançar por eles, álbum esse em que estivemos a trabalhar desde finais de 2016.
PR - Este novo disco marca a estreia de Helena Espvall na formação da banda. O que é que esta violencelista acrescentou ao som da banda?
Beautify Junkyards - A Helena traz a sua enorme sensibilidade para a folk tendo feito parte da formação dos americanos Espers que ao lado do Devendra Banhart, Vetiver e outros ficaram associados à new Weird Folk ou Free Folk dos anos 00. Mas além disso e por estar associada à música improvisada trouxe também uma vertente de exploração sónica que é muito importante no processo de composição e também nas actuações ao vivo.
PR - Como cartão de visita do album “The Invisible World…”, a escolha para o 1º single recaiu sobre “Aquarius”. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco?
Beautify Junkyards - Sim, é uma música que reúne uma série de elementos que são transversais a todo o álbum, a riqueza rítmica, os toques tropicais, texturas misteriosas, as harmonias das vozes.
PR - Recentemente apresentaram no Damas, em Lisboa, as canções deste disco. Como é que o público recebeu as novas canções?
Beautify Junkyards - O concerto no Damas correu muito bem, a maioria das músicas foi a primeira vez que as tocámos, mas estava um ambiente óptimo (foi uma matinê de domingo) e criámos algumas imagens que projectámos para complementar a música. Este disco tem músicas que funcionam muito bem ao vivo e alguns arranjos foram estendidos até mesmo para darmos margem a algum improviso.
PR - Numa frase como caracterizariam este “The Invisible World…”?
Beautify Junkyards - Músicas de um lugar onde as pessoas vão para sonhar.
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