11/06/2018

THE TWIST CONNECTION | Discurso Direto


The Twist Connection estão de regresso às edições discográficas com um novo álbum homónimo que foi editado pela editora conimbricense Lux Records no passado dia 8 de Junho. Nada de conceptual, simples! Influenciados por uma série de estéticas do século XX que entraram pelo novo milénio, desde os 50´s ao Punk, encontram em 2018 a própria identidade ou, pelo menos, fazem por isso. Não são do Garage nem de qualquer vaga Psicadélica, gostam de Rock´n´Roll e praticam-no. Sobrevivem-no e falam sobre isso. Hoje em "Discurso Direto" são meus convidados os The Twist Connection.

Portugal Rebelde - Este novo trabalho resume de alguma forma o caminho percorrido pela banda entre e após os muitos concertos inseridos na promoção do último “Stranded Downtown“ (2016)?

Twistt Conection - Mais do que resumir, acho que este trabalho retrata esse percurso e o nosso momento actual. E esse retrato do caminho percorrido é particularmente importante uma vez que sofremos alterações na nossa formação e que crescemos de forma indelével ao longo deste percurso. Somos hoje uma banda diferente, mais consciente do caminho que queremos e mais capazes de lá chegar.

PR - O que é que trouxe de novo a inclusão de Sérgio Cardoso na banda?

TC - A inclusão do Sérgio ofereceu-nos um baixista de recursos técnicos amplos e com a inteligência e a capacidade de servir sempre a música... para além disso, mais do que só um baixista competente, é alguém que traz ideias, propostas e que participa activamente em tudo o que diz respeito à vida da banda. De forma natural, e tendo em conta que é um baixista diferente, alterou as dinâmicas da banda e permitiu-nos tocar e abordar as canções de outras diferenciadas do que fazíamos anteriormente.

PR - “Twist Connection” tem como convidados especiais João Rui (a jigsaw) Augusto Cardoso (bunnyranch, Tiguana Bibles) e Raquel Ralha (Belle Chase Hotel, Wray Gunn, Mancines, Raquel Ralha & Pedro Renato). Querem falar-nos um pouco destas participações?

TC - O João Rui acompanhou-nos em todo este processo – tal como tinha acontecido já com o Stranded Downtown – como produtor, desde logo, e foi acrescentando alguns pormenores instrumentais que vieram enriquecer as canções que tinhamos. Foi algo que aconteceu de forma natural... Já o Augusto Cardoso e a Raquel Ralha surgiram no momento em que percebemos que tinhamos duas “versões” da Dancin' in the dark a seguir caminhos diferentes... sentimos, a dada altura, que uma dessas versões só tinha a ganhar com a voz da Raquel (a melhor vocalista rock'n'roll que por aí anda) e com arranjos do enorme Augusto Cardoso!

PR - “Who are these people?”, foi a canção escolhida para single de avanço deste álbum. Este é o tema que se associa mais ao lado live da banda?

TC - Acreditamos que sim. É um tema directo, com um riff ligeiramente “Stoogiano”, que sentimos que funcionaria particularmente bem num contexto “ao vivo”. Groove, contenção, simplicidade de processos, angústias existenciais: é essa a fórmula da canção e, acreditamos, a marca identitária da banda.

PR - 15 e 16 de Junho são as datas escolhidas para a apresentação deste disco em Lisboa (Sabotage) e Barracuda (Porto). O que é público pode esperar destes concertos?

TC - Temos a noção que somos um “animal” diferente ao vivo. Em estúdio optamos por enriquecer as canções com diversos arranjos instrumentais e overdubs que, naturalmente, não estarão presentes ao vivo... as canções surgirão assim mais despidas e directas. De qualquer forma, acreditamos de forma bem marcada no poder transformador do rock'n'roll e quando subimos a um palco fazêmo-lo na crença de que somos capazes de converter a mais céptica das criaturas à beleza do rock'n'roll. Isto é a nossa vida, não sabemos viver de outra forma, nada nos faz mais sentido do que estar em palco em comunhão com o público e temos a certeza que isso é claro para todos os que nos vêem ao vivo. Para além disso estão reservadas algumas surpresas para estes concertos

PR - Para terminar “Twist Connection” é um disco vincadamente rock?

TC - É um disco claramente rock'n'roll... ao “rock” falta o groove e o abanão de anca que o “roll” traz e não temos dúvidas que temos um bom pedaço disso! Há ainda umas pitadas de country, garage, punk, post-punk espalhadas por lá mas é um álbum claramente rock'n'roll!



Sem comentários:

/>