25/10/2018

47 DE FEVEREIRO | Discurso Direto


Estreado o álbum em CD e em formato digital a 19 de Março de 2018, os 47 de Fevereiro formados em 2015 no Porto (de Palermo) editaram recentemente em vinil o seu álbum de estreia "Luta pela Manutenção" (produzido por Rui “Caps” Ferreira) por acreditarem que esse formato faz parte da história da música e, dessa forma, lançar um novo desafio à Torcida 47 a partir do Outono deste ano. A segunda volta da apresentação de "Luta pela Manutenção" dará lugar a mais uma série de concertos: 26 de Outubro no Barracuda (Porto), 3 de Novembro em Vitória-Gasteiz, 9 de Novembro no Sabotage (Lisboa) e 10 de Novembro na DRAC (Figueira da Foz). Hoje em "Discurso Direto" recebemos toda a "equipa" do 47 de Fevereiro.

Portugal Rebelde - Depois de uma edição em CD e no formato digital (Março de 2018), “Luta Pela Manutenção” é editado agora em vinil. Este é um formato que vos traz boas recordações?

47 de Fevereiro - Sim, claro!! Discos históricos de bandas ou autores históricos foram lançados pela primeira vez nesse formato. E nós ficámos de tal modo satisfeitos com o nosso disco de estreia que, mal pagámos a edição em CD, metemo-nos de cabeça nesta aventura!

PR - La Favorita” é o single/ videoclip escolhido para anunciar esta edição em vinil. Querem falar-nos um pouco deste tema? 

47 de Fevereiro - Foi um dos primeiros “grooves” que fizemos e talvez aquele que mais depressa tenha ganho a sua forma final. É um tema forte baseado numa foto que vi num jornal em Palermo, na qual pai e filho jogam “raquetes” na praia tranquilamente a não mais de 10 metros de um “clandestino” morto, que tinha dado à costa. Havia tanta indiferença naquela imagem que não podíamos ficar indiferentes a isso. O resto é música e o incrível vídeo do ½ Pirata Mau (Augusto Lado) resume-a de uma forma arrasadora...



PR - Para além do “plantel” do 47 de Fevereiro, neste disco “jogaram emprestados” Manel Cruz, André Nunes, David Leão, Hugo Correia entre muitos outros. A que se ficou a dever esta “convocatória”?

47 de Fevereiro - Ficou-se a dever ao facto de ao longo destes anos termos tido o privilégio de nos cruzarmos e trabalharmos com músicos incríveis, grandes criadores e sobretudo grandes amigos, e que de uma maneira ou de outra o seu talento era importante para finalizar os temas do disco. Foram tantos para além dos que citaste: Afonso Passos, Ricardo Cavalera, Rui Babince, Tiago Soares, Joana e Daniela Castro, Paulo Veloso, Rui Lavaredas... Toda a gente respondeu à chamada com força e entusiasmo, e na altura de escolher/ criar pseudónimos as coisas atingiram proporções épicas!!

PR - Amanhã e dia 9 de Novembro, apresentam as canções deste disco respetivamente no Porto (Barracuda) e em Lisboa no Sabotage. O que é que o público pode esperar destes concertos?

47 de Fevereiro - Pode esperar o de sempre. Entrega e compromisso totais… ”Deixar tudo em campo”...”Comer relva”...”Suar a camisola”... Escolhe a expressão que preferires! Mas vamos também ter como convidado especial Bandex nesses 2 concertos e também no dia 31 de Outubro no Avenida em Aveiro, com os seus vídeos e músicas arrasadores. O concerto no Barracuda poderá também contar com “reforços” de última hora, mas que só poderão ser revelados lá mais para a frente...

PR - Numa frase como caracterizariam este “Luta Pela Manutenção”?

47 de Fevereiro - Luta pela manutenção da tua vida e das tuas ideias, com dignidade e independência!

PR- Para terminar, é verdade que o futebol enquanto desporto, motor de agregação social e superação individual e colectiva serve de “leitmotiv” para a formação da banda e construção deste disco?

47 de Fevereiro - Parcialmente... Na realidade a questão do Fute-Rock Mediterrânico foi aparecendo aos poucos, e foi ganhando terreno paulatinamente. Começámos por usar expressões do “futebolês” apenas como códigos para as ideias que fomos juntando... A certa altura reparámos que havia ali um poço sem fundo de expressões fortes que dariam para escrever sobre temas muito mais importantes do que o futebol… ”In Extremis”, “Vagabundo”, “Líder à Condição”, “À Margem da Lei”, ou o próprio nome do disco, são exemplos de como a bola é apenas um ponto de partida, para depois abordarmos coisas mais pertinentes. Já há tanta gente a falar de futebol a toda a hora, que seguramente não seremos nós a contribuir para essa peditório... Allez!!


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