02/04/2019

CAPITÃO FAUSTO | Discurso Direto


A história de Tomás, Salvador, Francisco, Manuel e Domingos tem o seu primeiro capítulo em 2011, com “Gazela” – o álbum de estreia. Ali encontramos a urgência das canções juvenis, dos hinos pop que se cantam e sabem sempre a pouco. Gravado nos Red Bull Studios São Paulo, por Rodrigo "Funai" Costa, assistido por Alejandra Luciani e Fernando Ianni,“A Invenção do Dia Claro”, o quarto álbum dos Capitão Fausto  foi produzido e misturado em Alvalade pela própria banda. A masterização esteve a cargo de Brian Lucey no Magic Garden Mastering, em Los Angeles. A capa é da responsabilidade de Vitor da Silva. Hoje em "Discurso Direto" são meus convidados os Capitão Fausto.

PR - Passado que são oito anos desde a vossa estreia com “Gazela”, o álbum agora editado, “A Invenção do dia Claro” é o “espelho” de uma banda que renasce a cada disco, que se renova musicalmente?

Capitão Fausto - Talvez. É pelo menos o espelho daquilo que nos apetece fazer neste momento, que aparentemente é diferente de várias coisas que temos vindo a fazer. Pode não ser sempre assim, porque não pensamos muito sobre isso, mas regra geral o que tem acontecido é existir uma diferença ao longo dos anos, o que por um lado é normal que assim seja.

PR - “A Invenção do Dia Claro”, título deste álbum, foi resgatado a Almada Negreiros. O que é vos une a esta obra publicada em 1921?

Capitão Fausto - Uma feliz coincidência. O Tomás já tinha escrito as letras e estava a tentar encontrar um título que fizesse sentido. Conhecia o livro do Almada e encontrou significado não apenas no título mas também nalguns paralelismos na escrita, embora obviamente diferentes, relativos às relações humanas e à forma como nos apresentamos, apreendemos e aprendemos com as pessoas à nossa volta.

PR - Este disco foi gravado nos Red Bull Studios, em São Paulo, por Rodrigo "Funai" Costa. O que é que a vossa passagem pelo Brasil acrescentou à música dos Capitão Fausto?

Capitão Fausto - Mais histórias para contar e uma viagem muito boa, onde não só conseguimos estar mais próximos de uma cultura que nos fascina e ao mesmo tempo conseguimos ter a sorte de poder estar a gravar música nossa tão longe de casa. Isso obviamente tem um impacto, nem que seja inconsciente, na forma como olhamos para aquilo que fazemos e na alegria com que enfrentamos os desafios que aparecem.

PR - "Quando em 2016 editaram o tão bem sucedido “Capitão Fausto Têm os Dias Contados”, alguma vez se deixaram levar pelo deslumbramento do estrelato?

Capitão Fausto - Nunca. Porque nunca nos sentimos sequer próximos dessa ideia de “estrelas”. Nós o que gostamos é de fazer música e depois de tocar para quem dela gosta. Queremos que continue a ser assim, e nesse processo tentarmos ser melhores entre nós e na forma como nos apresentamos.

PR - “A Invenção do Dia Claro", passa pela Casa da Música (Porto) no dia 4 de Abril, e pelo Capitólio (Lisboa) no dia 6 de Abril. O que é que o público pode esperar destes concertos?

Capitão Fausto - Este álbum tem uma duração curta (semelhante ao Dias Contados) e por isso queremos que o concerto tenha foco nele, mas ao mesmo tempo queremos também entrosar as canções novas com as antigas e assim fazer uma festa. Uma celebração. Estamos com saudades de voltar a dar concertos.

PR - Para terminar, que memórias guardam destes 8 anos de estrada e canções pop?

Capitão Fausto - Já as suficientes para um dia escrever um livro, mas se isso acontecer nessa altura já devemos estar carecas a fazer concertos acústicos. Ou só carecas.






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