07/03/2020

EL SUR | Discurso Direto


Os el Sur são um grupo de Lisboa formado por por Rui Galveias na guitarra, Joana Manuel na voz, Rui Alves na bateria, Tiago Néo no baixo e João Cardoso nos sintetizadores. "Todas as Sombras" é o nome do disco de estreia que recentemente chegou às lojas, um disco que é urgente descobrir. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado Rui Galveias.

PR - É verdade, que há cerca de cinco anos quando nasceram, estavam irmanados por uma ideia: homenagear a grande música de intervenção da América Latina cantada em espanhol e assinada por nomes como Violeta Parra?

Rui Galveias - Sim mas não só. Quando o projecto nasceu tinha uma componente exploratória muito forte, que mantém aliás. É incrível o que nos escapa da realidade daquele continente. Uma das coisas mais impressionante é a diversidade. Todos os continentes circulam por ali em todas as suas variantes: gente, terra e amor. Acima de qualquer risco no mapa que pretenda petrificar uma ideia de pátria, acima de qualquer risco enciclopédico que pretenda petrificar uma ideia de música ou de género musical..

PR - Em finais de Fevereiro, o mundo recordou o dia em que, há 75 anos, se abriram as portas que revelaram o horror que foi Auschwitz. As canções de luta e resistência estarão sempre no vosso pensamento?

Rui Galveias - O que está sempre no nosso pensamento é, por um lado, a extrema violência e crueldade que a humanidade consegue atingir e por outro a incrível capacidade de resistir e de lutar por um mundo melhor, mais igual e justo. As canções de luta e resistência estão no nosso coração.

PR - Quais são as grandes influências musicais do grupo?

Rui Galveias - Com o que cada um de nós absorveu desde a adolescência, das experiências diversas que vamos tendo, é difícil responder a essa pergunta mas se misturarmos o Caetano Veloso com o Robert Wyatt, o Peter Gabriel com a Violeta Parra, o Zeca Afonso com a Elza Soares o T-Bone Burnett com José Mário Branco… mesmo assim não chegamos lá. Há uma sonoridade que procurámos descobrir para nós e esses nomes são as nossas sombras que foram, são montanhas.

PR - “Último Poema”, foi o single de avanço deste “Todas as Sombras”. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco?

Rui Galveias - Não. Seria o tema Alta Traición que inclui o verso que dá nome ao disco.



PR - Depois da edição do disco, há intenções de levar as canções deste “Todas as Sombras” aos palcos? Querem adiantar algum data?

Rui Galveias - Para já estamos a divulgar o Todas as sombras nos média, e a fazer alguns show case de divulgação. A 14 de Maio vamos ter um concerto de apresentação do disco na Musicbox e há já uma série de datas previstas que irão sendo divulgadas à medida que forem sendo confirmadas.

PR - Para terminar, a cantiga (ainda) é uma arma?

Rui Galveias - A canção do Zé Mário diz tudo. Uma cantiga é uma cantiga. Será arma sempre que a luta acompanhar. Hajam balas. Somos balas.




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