10/07/2020

DAVID FROM SCOTLAND | Discurso Direto


David From Scotland é uma dupla formada por David Félix e Diogo Barbosa, músicos, produtores e amigos de longa data. No ano passado, a banda regressou a estúdio e começou a preparar "Hooligan’s Heart", o disco de estreia de David From Scotland, que será editado em 2021 e que tem como primeiro single "futurewillbebetter", tema que conta com a colaboração de EVAYA. David From Sctoland é hoje a banda em destaque em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - Antes de mais, que dupla é esta que dá pelo nome de David From Scotland ?

Diogo Barbosa - Eu e o David somos amigos de longa data, conheci-o ainda com outros projetos, numa altura em que, se calhar, ele ainda não tinha pensado em ter um projeto a solo (risos). Mas, basicamente, frequentávamos os mesmo círculos, os mesmo concertos, as mesmas festas, etc. Quando ele decidiu começar David From Scotland e me convidou para fazer parte do projeto, não pensei duas vezes. Foi como te disse, tendo em conta que já nos conhecíamos há algum tempo, já estava a par dos gostos dele e da forma de estar na música que, em tudo, era coincidente à minha (...) Desde as nossas influências, aos nossos objectivos, e mesmo àquilo que queríamos concretamente com este projecto.

PR - "Futurewillbebetter" é a primeira amostra do álbum que tem edição agendada para 2021. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” desse disco?

Diogo Barbosa - Honestamente, não te sei responder a isso, mas talvez... A verdade é que, todo o álbum, vai andar à volta desta sonoridade muito influenciada pelo synthwave, pelos anos 80 e por todo esse imaginário que sempre esteve presente nas nossas vidas, por isso acho que, de uma forma geral, é provável que este seja o registo mais próximo daquelas que são as nossas influências. Ao contrário do que aconteceu no "Baywatch Drive", por exemplo, em que andávamos um bocado à descoberta, acho que o "Hooligan's Heart" pode ser o registo mais próximo daquilo que nós procuramos ter como o "nosso" som.

PR - O que é que o público pode esperar de um concerto da dupla David From Scotland?

David Félix - Ainda é cedo para conseguirmos fazer o verdadeiro planeamento da nossa estrutura em concerto. Só iremos voltar aos palcos, quando a situação da pandemia o permitir, e, se o permitir em breve, apenas quando lançarmos o álbum, ou assim que se justifique. Mas será um pouco como nos nossos concertos anteriores, com um suporte visual e a criação de uma atmosfera típica e que sustenta a característica da nossa música. Estamos a ponderar a apresentação com banda suporte, sempre que seja plausível de acontecer, e a participação dos convidados do disco. Será toda uma logística que iremos gerir quando se justificar. De resto, seremos nós os dois, como sempre, junto da nossa maquinaria, os nossos sintetizadores, e o nosso registo próprio. No mundo da electrónica, temos muitos caminhos que gostávamos, e que estamos a explorar.

PR - A indústria da música está a atravessar um tempo de muitas incertezas. Qual é a saída?

David Félix - Ninguém sabe. Se nem os responsáveis máximos da cultura em Portugal, parecem saber, muito menos nós. Há muita coisa que gostava de ver a ser feita para os nossos colegas músicos ou do audiovisual, em geral, mas não quero entrar em politiquices. Na minha opinião, a indústria da música sempre viveu tempos de incerteza, e esta situação toda que vivemos só veio evidenciar ainda mais esse factor. Eu e o Diogo nunca vivemos disto, apesar de vivermos para isto. Sempre tivemos os nossos outros empregos, por isso não me sinto com grande moral para falar sobre isso. Sei é que os nossos colegas que conseguem fazer disto vida, e que dão um enorme contributo cultural à nossa vida em sociedade, deviam ser mais protegidos e apoiados neste momento difícil. No entanto, com ou sem pandemia, já os apoiavam? Se a maior parte da sociedade civil fosse consciente para os problemas que os músicos enfrentam, a começar pela SPA... A indústria musical é talvez uma das indústrias mais complexas que existem. A única coisa que posso dizer, nunca fugindo ao que é somente a minha opinião, é que temos cada vez mais (e melhores) músicos, bandas, programadores e agentes culturais... Os cartazes dos grandes festivais, os micro festivais que acontecem todos os anos, as salas de espetáculo, a programação do bar da zona, a quantidade de projetos que surgem... Cada vez mais qualidade e quantidade! E isso é bom! Não ficamos nada atrás do que se faz lá fora, bem pelo contrário!


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