Depois de se formar como violinista na ESMAE (Porto) e de estudar na prestigiada escola de Jazz Centre des Musiques Didier Lockwood (França), Manuel Maio lançou 2 discos com o grupo "A Presença das Formigas", colaborou com reconhecidos artistas como Amélia Muge, João Afonso e o músico espanhol Luis Pastor, integrou diversos projetos nacionais e internacionais e assinou a composição de dezenas de obras para teatro, filme, discos e espetáculos, bem como a produção musical de vários CDs. Ao longo desse período foi-se desenhando a vontade de se apresentar em nome próprio, dando voz às suas canções e, nesse processo, desafiar-se a criar algo único e sem precedentes no seu trabalho colaborativo. Surge, então, "Sem olhar ao Tempo", um disco composto por treze composições, que tem o selo da Sons Vadios. Manuel Maio é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
Portugal Rebelde - Depois de ter lançado 2 discos com o grupo "A Presença das Formigas" e colaborado com reconhecidos artistas nacionais como Amélia Muge e João Afonso, apresentar-se em nome próprio era um desejo antigo, ou um desafio?
Manuel Maio - As duas coisas. Um desejo antigo à espera do momento certo, e também um desafio. Qualquer projeto é desafiante, e este não é exceção. Felizmente vi-me muito bem acompanhado pelo Rui Ferreira (que para além de tocar, também produziu o disco comigo), o Ricardo Coelho e o Pau Figueres.
PR - "Sem olhar ao tempo" é um disco marcadamente autobiográfico?
Manuel Maio - É um disco parcialmente autobiográfico, onde há canções claramente marcadas pelas minhas vivências e relações, mas também há canções sobre personagens ou situações imaginadas ou universais. Certamente há momentos em que ambas as coisas se misturam, e isso é para mim a situação ideal.
PR - “Chula da distância” foi o single de apresentação deste disco. De que é que nos fala este tema?
Manuel Maio - É uma canção sobre relacionamentos à distância, com as dúvidas e receios associados. Mas é uma canção otimista, porque apesar das vicissitudes há um triunfo do amor sobre a distância. Foi feito para este tema um vídeo de animação, onde isso é simbolizado por uma figura etérea que carrega em si uma “chama” que tenta passar ao protagonista que caminha a direito, imperturbável.
PR - Fruto de um trabalho colaborativo, este disco foi produzido e pensado sem olhar ao tempo?
Manuel Maio - Sim, na medida em que não havia um prazo para o terminar, nem quis que houvesse alguma pressão nesse sentido. A minha ideia era fazer o melhor disco que conseguisse, sem que o tempo (ou a falta dele) fosse um entrave. Dessa forma o disco foi gravado espaçadamente durante um período de cerca de 2 anos, quando as disponibilidades de todos o permitiam.
PR - Para terminar, há intenções de mostrar ao vivo as canções deste disco? Já há alguma definida para a apresentação deste disco?
Manuel Maio - Não há ainda datas de apresentação, mas há intenções de o tocar ao vivo. Aguardemos, sem olhar ao tempo, um pouco mais.
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