04/08/2022

CARLOS GOMES | Discurso Direto


Depois da muito bem-sucedida primeira edição, realizada EM 2021, que valeu ao Festival A Estrada o prémio de “Best New Festival – National Winner” nos Iberian Festival Awards, este ano a segunda edição realiza-se de 9 a 13 de Agosto, consolidando a proposta do ano passado e ambicionando chegar a novos públicos. O conceito original e pertinente do Festival A Estrada propõe experienciar e descobrir o território entre a Aldeia de São Francisco da Serra e a praia da Costa de Santo André, no Concelho de Santiago do Cacém, ao longo da estrada municipal 544 e suas ramificações que fazem parte da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha. Carlos Gomes, Diretor do Festival A Estrada, é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
 
Portugal Rebelde - A Estrada é o lugar para observar, auscultar e vivenciar uma região. Estas são as matrizes do Festival A estrada? 

Carlos Gomes - Sim, são. Através de uma programação cultural itinerante, por lugares icónicos do território em que os palcos são integrados na atmosfera e cenário “natural” de cada lugar, os visitantes têm a oportunidade de vivenciar e experienciar o carácter da região bem como desfrutar da belíssima paisagem natural e ficar a conhecer melhor outras características deste território como a sua gastronomia, a sua produção vinícola e de azeite (Prova de Vinhos Musicada da Herdade do Cebolal e Prova de Azeite Musicada do Lagar do Parral), a sua fauna e a sua flora (caminhadas na Reserva Natural da Lagoa de Santo André), para além de ouvir sonoridades das tradições locais e outras de vários géneros musicais. 

PR - Este Festival tem uma programação cultural multidisciplinar, com foco na música, mas também propondo dança, teatro, instalações artísticas, cinema, conversas temáticas, caminhadas, gastronomia e visitas a lugares de interesse cultural, paisagístico e económico. Quer de uma forma breve falar-nos dos principais destaques desta edição? 

Carlos Gomes - Falar de destaques é sempre difícil, porque sinceramente a programação é toda muito boa e cada palco têm o seu carácter específico. O Palco Serra mais virado para as tradições musicais, o Palco Estrada para o cinema e concertos especiais de bandas e projetos mais alternativos, o Palco Lagoa para a música exploratória, experimental e de dança, o Palco Praia para a festa das sonoridades contemporâneas mais arrojadas e o Palco Floresta, com dois concertos muito especiais para o grupo restrito de pessoas que participa no retiro Strawberry Tree. Os destaques vão para a inauguração do festival com a Vídeo Instalação de Irit Batsry, sobre os painéis de azulejo dos anos 30 existentes na estação de comboios de Santiago, para o concerto de abertura “Ao Sul”, que abriu também o Festival Islâmico, em Mértola, este ano e para o concerto de guitarra portuguesa da Família Parreira, em homenagem ao mestre António Parreira, nascido e criado na região. No Palco Serra, nos dias 9 e 10 de Agosto. 

PR - Nos dois últimos dias do festival, a música improvisada, a música experimental, a música de dança e a música emergente assumem o protagonismo. Quer falar-nos um pouco daquilo que está a ser preparado? Carlos Gomes - Creio que o Programa fala por si: no dia 12 num cenário deslumbrante, a Reserva Natural da Lagoa de Santo André – Palco Lagoa, no Monte do Paio, o grupo emergente, Teto Coletivo, apresenta “Estalagmite”, uma performance que junta dança e música em interação com a paisagem. Depois seguem-se Vítor Rua a solo, um mestre da guitarra, da música improvisada e experimental, Dj Xoices a dar-nos os primeiros inputs para dançar na passagem do dia para a noite, META, um valor já seguro da música portuguesa apesar da sua juventude, com a sua música fundada nas tradições musicais portuguesas mas transformada pela eletrónica de loops modulares em sonoridades indiciadoras de um futuro auspicioso e finalmente Xinóbi para nos por a dançar noite fora sob o firmamento. No Palco Praia teremos a abrir Tempura, The Purple Boy em Dj Set, depois Dunia Lobo com as suas mornas e batuques cabo-verdianos na passagem calorosa do dia para a noite. Bandua, o magnífico projeto de Tempura com Edgar Pereira Valente, sonoridades cheias de magia, embrenhadas no cancioneiro da Beira Baixa mas apontando claramente à música de dança em ritual coletivo e finalmente Venga Venga com a sua eletrónica tropical extravagante a condizer com a pista de dança em que o areal da Costa de Santo André em frente ao Beach Lounge Lagoa ó Mar se vai transformar. Ao finzinho da noite e antes de irmos todos descansar, Vitor Belanciano volta a aquecer-nos os corações e põem-nos a sonhar com a edição do próximo ano, num último set para os últimos copos e gargalhadas com os amigos. 

PR - Para terminar, indique três boas razões para que ninguém deixe de visitar o Festival A estrada 2022 de 9 13 de Agosto, no concelho de Santiago do Cacém. 

Carlos Gomes - A sua programação única e diversa. A paisagem da região onde o festival se implementa e a qualidade das suas gentes. As atividades paralelas que complementam o conhecimento da região que o Festival proporciona: a Prova de Vinhos Musicada, a Prova de Azeite Musicada e as caminhadas na Reserva Natural da Lagoa de Santo André. Tudo em www.festivalaestrada.pt.

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