10/12/2007

PEIXE : AVIÃO | Discurso Directo

"Enquanto nadava, um peixe que assobiava bolhas e acordes pensou para si: «Como será o som fora de água? Só há uma maneira de saber... tenho de aprender a voar». E assim nasceu o Peixe : Avião e a sua música". O melhor da nova música nacional mora em Braga, um quinteto, onde se juntam André Covas (guitarras e sintetizador), Luís Fernandes (guitarras e electrónica), Pedro Oliveira (bateria e percussão), Ronaldo Fonseca (voz e sintetizador) e Zé Figueiredo (baixo e mellotron). "Finjo a Fazer de Conta Feito", a primeira maqueta da banda é sem dúvida o melhor "cartão de visita" para este projecto, que Valter Hugo Mãe, diz ser profundamente marcado pelo bom gosto. O Portugal Rebelde esteve à conversa com Ronaldo Fonseca, e desvenda-lhe agora os segredos desta aventura musical que dá pelo nome de "Peixe:Avião".
Portugal Rebelde - Como é que nasceu o projecto "Peixe:Avião"?
Ronal Fonseca - O Luís Fernandes e o Zé Figueiredo, chamemos-lhes por convenção os mentores deste projecto, tendo já partilhado um projecto anterior, decidiram desde o inicio apostar em algo que se vincasse por ser fortemente alicerçado no seu conteúdo musical, na sua orientação pela senda musical actual, nos seus participantes, e pela originalidade, onde teria necessariamente por ser cantado em português. O convite estendeu-se portanto a Ronaldo Fonseca, que dá a voz e letras, e ao qual foi proposto o “titânico” dever de escrever e cantar em português, seguindo-se por Pedro Oliveira, experiente baterista que toca em alguns projectos nacionais com projecção, e André Covas, para concluir a formação. Começamos os ensaios, no entanto, já depois de termos cerca de cinco músicas que foram sendo construídas via internet pela troca comum de ficheiros…
P.R. - Quais são as principais referências musicais deste projecto?
R.F. - Cada membro tem as suas próprias referencias musicais, basta ver os “projectos origem” de cada um que vão desde a electrónica experimental ao metal/hardcore passando pelo garage rock e o pop. Influências à parte, tentamos criar um som próprio a partir das influências de cada um dos elementos. Temos sido frequentemente associados aos radiohead, que é uma banda que admiramos bastante, no entanto é apenas mais uma das influencias e não um modelo a clonar. Temos a certeza que esse estigma vai desaparecer rapidamente da cabeça das pessoas.
P.R. - Cantar em português para o "Peixe:Avião" é uma prioridade?
R.F. - Sempre foi uma prioridade, apesar que no início tenham surgido algumas resistências e dúvidas da utilização da nossa língua. Cantar em inglês, permite um certo refúgio a quem a canta pela sua maior expressividade, plasticidade e universalidade - logo ambiguidade, escudando a voz da suposta necessidade de dar senso ao que para ali se está a cantar, apostando somente no seu papel melódico e de preenchimento do instrumental. O cantar em português surge mais desafiador, exactamente pela necessidade de exaltar o que é cantado e do que é dito, combinando o lirismo das letras ao lirismo do instrumental, dando mais sentido às canções. Descobrimos que, afinal, o português também é plástico, também é musical e expressivo, é universal, e não teria qualquer sentido ser cantado que não na nossa língua-mãe, visto ser a aposta na originalidade e no desafio um móbil do projecto.
P.R. - A propósito da vossa maqueta " Finjo a fazer de conta feito Peixe:Avião", Valter Hugo Mãe, escreveu: "Este Peixe ainda há-de voar nas nuvens e acima, talvez melhor do que um avião". Estão preparados para voos mais altos?
R.F. - Não tendo qualquer pretensão maior, certamente que, pela confiança, dedicação e paixão que votamos ao nosso projecto, queremos esticar bem as asas e conseguir projectar o nosso trabalho o mais alto possível. Dar a conhecer a nossa música ao maior número de pessoas é prioridade por agora!
P.R. - Em duas palavras como definirias a música dos "Peixe:Avião"?
R.F. - lírico e etéreo.
P.R. - Para terminar, como é que surgiu a idéia deste nome tão singular, "Peixe:Avião"?
R.F. - Tendo passado algum tempo a pensar num nome que pudesse representar o que a nossa música transmite, e que fosse também ele sonante e ao mesmo tempo que “arranhasse” um pouco a língua e a cabeça, decidimos espontaneamente ficar com uma expressão usada numa das canções: peixe:avião! Vimos que era um nome com potencial imagético e que poderia dar pano para mangas na sua interpretação, por parte de cada um que ouça e veja o peixe:avião.

2 comentários:

Anónimo disse...

ehhhh, fui eu q escrevi isto... =(
RF

Anónimo disse...

Acabei de ouvir peixe:aviao na antena 3 e impressionou-me imenso.
Pensar que Novembro passado fui convidada para ver um concerto e nao fui...
Resta-me esperar pelo proximo.

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