25/05/2011

MOVIMENTO | Discurso Direto

No dia em que o colectivo Movimente, apresenta no Cinema S. Jorge, em Lisboa o disco de estreia homónimo, o Portugal Rebelde recebe Gomo para em "Discurso Direto" revisitarmos alguns clássicos nacionais dos anos 60 e 70, com toque Soul.

Portugal Rebelde - Antes de mais, como é que nasceu a ideia de criar o colectivo Movimento?

Gomo - A ideia de criar este colectivo surgiu essencialmente da parte de duas editoras, tanto a Valentim  de Carvalho como a Sony Music vinham de uma experiência com os Amália Hoje e acharam que o projecto tinha resultado, e então pela parte das editoras, pensaram que seria uma boa aposta comercial. Para nós que fomos convidados acabou por ser um pouco mais do que isso, porque eramos pessoas que nunca tínhamos trabalhado juntos. O convite inicial partiu da Paula Homem para o Miguel Ângelo. Definiram o projecto e que tipo de música que iriam "pegar" e qual seria a linguagem final dessa música.

PR - Movimento revisita uma série de clássicos nacionais dos anos 60 e 70, numa abordagem de inspiração Soul clássica mas carregada de sintomas de modernidade. Foi difícil fazer a selecção dos 11 temas que compõe este disco?

Gomo - Fazer a selecção dos 11 temas não foi tarefa fácil. Apareceram em cima da mesa 40/50 temas, onde todos nós (Miguel Ângelo, Marta Ren e Selma Uamusse) tivemos uma parte preponderante na escolha dos temas.

PR - Ao vivo, o Movimento assumir-se-á como uma oleada orquestra, composta por cerca de 12 elementos, onde, para além das 4 carismáticas vozes, se destacará o “groove” duma secção rítmica. É deste forma, que vamos poder ouvir hoje as canções deste Movimento, no S. Jorge em Lisboa?

Gomo -  Sim, hoje vamos estar na máxima força. Uma das coisas que nós definimos logo à partida foi, que nunca tocaríamos sem os 8 músicos que nos acompanham em palco. A parte visual também é muito importante e o Movimento é muita alegria em palco, muita força, é muito orgânico. Não há nada pré-gravado.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este  "Movimento"?

Gomo - O Movimento é um disco que revisita músicas antigas, mas que lhe dá uma linguagem completamente nova. Moimento é um colectivo que vai juntar gerações em torno da dança e da Festa.

PR - “Perto”, é a primeira amostra deste registo. Este é o tema, que melhor define o espírito do disco?

Gomo - Era muito complicado escolher um single, porque o disco quanto a mim divide-se em duas partes distintas. Uma parte com canções mais "festivaleiras", que foram ao Festival da Canção. Depois há um conjunto de músicas, que passaram mais despercebidas, como o "All Around Lisbon", "Perto" e o "Louco" do Conjunto Académico João Paulo. A escolha de "Perto", acaba por reflectir a alegria que queremos transmitir e a vontade de dançar.

PR - Acreditas, que a partir deste Movimento, vai haver  muita gente à procura de ouvir as canções originais?

Gomo - Eu gostaria que isso acontecesse. Não é só pelas música em si, mas pelos poetas que escreveram as letras. Quando nos debruçamos sobre letras com esta qualidade, percebemos que é muito fácil cantar na nossa língua. Era importante que estas músicas chegassem a uma nova geração.

PR - Para terminar, das 11 canções deste Movimento, há alguma, que te toque em particular?

Gomo - Para mim, há uma que me toca em particular, "O louco". Tive que "suar as estopinhas" para cantar este tema. Tem uma letra forte, fala de uma pessoa que quer ter controlo sob si próprio, mas está condicionado a um ambiente, que o faz sentir um pouco "louco" e longe das pessoas.

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