16/06/2011

PUCARINHO | Discurso Direto

Hoje em "Discurso Direto" passeamos "Na Rua Amarela" com Luís Pucarinho. A planície alentejana é a fonte criativa das histórias que encontramos no disco de estreia de Pucarinho.

Portugal Rebelde - Antes de mais, como é que nasceu o projecto "Pucarinho"? 

Luís Pucarinho - O Pucarinho nasceu numa maternidade (risos). O Projecto Pucarinho nasceu em 2008 num quarto de vidro, onde decidi fechar-me do mundo e ir de encontro àquilo que queria há muito, escrever  e tocar somente aquilo que me desse prazer e que sentisse realmente como um brotar de mim mesmo musicalmente, sem intenções de mostrar fosse o que fosse , a quem fosse. Depois, alguém muito próximo ouviu-me enquanto passava junto ao meu quarto de vidro, com vista para a cidade de pedra (Évora). Esse alguém disse-me que o que ouvira tinha que ser mostrado ao mundo e eu acreditei, convidei  uns  amigos músicos (de outros projectos passados) e começámos a desenvolver os temas  que propus. Os amigos músicos que convidei e que (ainda alguns) formam hoje comigo este projecto. Os músicos que estão comigo têm a responsabilidade criativa no que fazem, daí se chamar projecto Pucarinho, porque assim sendo,  sinto como um projecto de grupo e não um projecto a solo. No entanto os meus amigos é que escolhera o nome “Pucarinho”, que é o meu apelido (último nome) e como consequência disso mesmo , creio que o público associa o projecto mais como a solo do que de grupo, isso  criou uma versatilidade no projecto que nos permite actuações com formações variadas, tanto posso actuar sozinho, como podemos ser 2, 3, 4 ou 5 (formação completa), sempre defendendo o mesmo projecto,...O projecto “Pucarinho” . 

PR - As 14 canções que encontramos neste disco são “polaroids” de uma “Rua Amarela” no Alentejo?

LP - Sim, concordo.  As canções que encontramos neste disco sucedem  o E. P (edição autor, caseira) “O quarto de vidro na cidade de pedra”. Tudo nasceu no quarto, agora saímos à rua (“Na rua amarela”) e é amarela precisamente por referir o Alentejo como a fonte criativa sobretudo nas letras. As canções deste disco são histórias vividas e bebidas de encontros e momentos que se deram por estas planícies. 

PR - Quais são as referências musicais que podemos encontrar neste disco ?

LP - Tentei neste disco explorar musicalmente estilos como o Jazz, os blues e o experimental. A escolha dos músicos que hoje estão comigo tem a ver com isso. O Daniel Meliço ( baterista) e o Afonso Castanheira(contrabaixista) frequentam o curso de jazz na Universidade de Évora, O Zé Peps (guitarra Folk) é um músico que domina as escalas e linguagens do blues, eu (Guitarra Clássica e Voz) e o André (Viola d´arco) temos formação clássica. Isto deve-se ao facto de a minha formação passar essencialmente por o clássico e mais tarde (entre 1998/2007) explorei mais o tradicional e daí, querer explorar outros universos musicais. Quando dizem que somos parecidos a isto e aquilo, já ouvi de tudo (Deolinda, Jorge Palma, JP Simões, Sérgio Godinho, Fausto), considero que se deve ao facto de cantar e escrever em português e inevitavelmente isso é comum... mas no fundo (Ninguém diz que Deolinda é isto ou é aquilo, dizem que é Deolinda) eu digo que isto é “Pucarinho”.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria este "Na Rua Amarela"?

LP - Profundo, verdadeiro, muito próprio e talvez tenha alguma coisa de “Novo”.  

PR - Já teve a oportunidade de apresentar canções deste disco ao vivo. Qual tem sido o “feedback” do público ?

LP - O público, principalmente quem  nunca antes nos tinha ouvido e visto... fica até ao fim, (alguns) compram discos e vêm-nos cumprimentar e felicitar pelo trabalho. Há certamente quem não goste, como em tudo na vida.

PR - Que sensações espera que as pessoas retirem da audição de "Na Rua Amarela"?

LP - Pelo que me têm dito (os que já ouviram e tive oportunidade de saber a sua opinião) é: que se trata de um disco muito agradável, pela surpresa, pela sonoridade acústica e particular que tem, pelas letras, que dizem interessantes e bem escritas. E pela voz profunda e de identidade própria. Os que ainda não ouviram , se o fizerem, espero que digam o mesmo. Não é agradável saber que alguém compra ou dedica o seu tempo ao nosso trabalho e depois não fica satisfeito.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo?

LP - Estamos de momento a fazer uma “tour” para promover o disco e dar mais visibilidade ao projecto pelas Fnac´s, que se estenderá no mínimo até finais de Julho, com o próximo show case dia 19 Junho na Fnac do Colombo (lisboa), seguindo-se a apresentação do disco, ao vivo e em directo  no programa “Viva a Música” de  António Carvalheda na (Rádio) Antena 1, dia 23 de Junho  das 15.00h às 16.00h. Posso ainda avançar que estaremos na Fnac do Chiado dia 2 de Julho para mais um show case, pelas 17.00h, na continuação da tour e apresentação do disco “Na rua amarela”. 

1 comentário:

isabel pimentel disse...

Gostei da entrevista.
O Projecto é de grupo a alma é do Luís que com perseverança, talento e muito sacrifício lutou por ele.
Merece o nosso respeito e que o público o mereça.
Isabel Pimentel

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