Aos 23 anos, Zé Manel decide dar início a um novo capítulo na sua vida profissional com o projecto Darko, depois de se ter destacado durante 8 anos como vocalista e letrista dos Fingertips. O Portugal Rebelde esteve à conversa com o músico, que em "Discurso Direto" fala de "Bordeline Personality Disorder", um mundo feito de vários mundos.
Portugal Rebelde - “Borderline Personality
Disorder, é o encerrar de uma década de ilusões, desilusões, conquistas e
falhas?
Darko - Sem dúvida. Como as músicas foram compostas em épocas diferentes
da minha vida, quando compiladas acabam quase por se tornar um calendário da
minha adolescência. Existem temas neste disco que já estavam compostos desde os
meus 15 anos e poder ir buscá-los e olhar para eles de uma forma mais imparcial
e menos emotiva acaba por me fazer repensar numa série de coisas e até rir
delas se for preciso.
PR - “Borderline Personality
Disorder”, é um disco muito pessoal, com temas muito intensos, quase
confessionários. Que sentimentos o assaltam quando pensa em algumas das canções
presentes neste álbum?
Darko - Acho que acima de tudo a primeira coisa em que penso é que cresci.
Que muitas das situações descritas no álbum foram de facto importantes pela
intensidade com que me marcaram em determinada fase porque isso me levou a ser
o que sou hoje. Na realidade acabou por fazer com que consiga reviver cada um
desses momentos através da música com a certeza de que magoar-me não foi o seu
único propósito.
PR - “Define Joy”” foi o single de apresentação deste trabalho.
É este o tema, que melhor define o “espírito” do disco?
Darko - Penso que não. “Define Joy” é, com certeza, a música que melhor
marca o início de uma nova fase relativamente a tudo o que já tinha feito, mas
não creio que haja um tema que possa reflectir o resto do disco. Cada história
tem um ambiente muito próprio e fiz questão que assim fosse. Afinal, nós nunca
sentimos duas vezes da mesma forma. O “Define Joy” é um tema que faz uma
questão irónica a toda a humanidade. Afinal, o que é ser feliz?
PR - Numa frase apenas - ou
duas - como caracterizaria este "Borderline Personality Disorder"?
Darko - “Borderline Personality Disorder” é um mundo feito de vários
mundos onde qualquer caminho só nos poderá levar ao interior de quem somos.
PR - Depois do disco, vamos
ter a oportunidade de ouvir as canções deste disco no palco?
Darko - Claro que sim. Nem elas fariam sentido se não fossem comunicadas a
uma plateia. Sou um homem de palco e é lá que me sinto feliz. Preciso de
receber essa energia por parte de terceiros para continuar a acreditar que a
minha vida na música é uma certeza.
PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo de Darko?
Darko - Por crescer. Queremos tocar muito para as pessoas, sou um
compositor compulsivo e já tenho uma série de ideias para um próximo álbum...
Quero escrever outro livro, sinto muito essa necessidade. Por outro lado em
Setembro vou dedicar-me a brincar aos actores, ao protagonizar uma
curta-metragem escrita por mim. Um projecto ambicioso que me vai divertir
bastante. Se a minha vida andar de mãos dadas com a arte serei certamente
feliz, precisando sempre de sofrer pequenos desgostos pessoais para que a
inspiração não me abandone...mas esses, quem não os tem?
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