29/07/2011

DARKO | Discurso Direto


Aos 23 anos, Zé Manel decide dar início a um novo capítulo na sua vida profissional com o projecto Darko, depois de se ter destacado durante 8 anos como vocalista e letrista dos Fingertips. O Portugal Rebelde esteve à conversa com o músico, que em "Discurso Direto" fala de "Bordeline Personality Disorder", um mundo feito de vários mundos.

Portugal Rebelde - “Borderline Personality Disorder, é o encerrar de uma década de ilusões, desilusões, conquistas e falhas?

Darko -  Sem dúvida. Como as músicas foram compostas em épocas diferentes da minha vida, quando compiladas acabam quase por se tornar um calendário da minha adolescência. Existem temas neste disco que já estavam compostos desde os meus 15 anos e poder ir buscá-los e olhar para eles de uma forma mais imparcial e menos emotiva acaba por me fazer repensar numa série de coisas e até rir delas se for preciso.

PR - “Borderline Personality Disorder”, é um disco muito pessoal, com temas muito intensos, quase confessionários. Que sentimentos o assaltam quando pensa em algumas das canções presentes neste álbum?

Darko - Acho que acima de tudo a primeira coisa em que penso é que cresci. Que muitas das situações descritas no álbum foram de facto importantes pela intensidade com que me marcaram em determinada fase porque isso me levou a ser o que sou hoje. Na realidade acabou por fazer com que consiga reviver cada um desses momentos através da música com a certeza de que magoar-me não foi o seu único propósito.

PR - “Define Joy””  foi o single de apresentação deste trabalho. É este o tema, que melhor define o “espírito” do disco? 

Darko - Penso que não. “Define Joy” é, com certeza, a música que melhor marca o início de uma nova fase relativamente a tudo o que já tinha feito, mas não creio que haja um tema que possa reflectir o resto do disco. Cada história tem um ambiente muito próprio e fiz questão que assim fosse. Afinal, nós nunca sentimos duas vezes da mesma forma. O “Define Joy” é um tema que faz uma questão irónica a toda a humanidade. Afinal, o que é ser feliz?

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria este "Borderline Personality Disorder"?

Darko - “Borderline Personality Disorder” é um mundo feito de vários mundos onde qualquer caminho só nos poderá levar ao interior de quem somos.


PR - Depois do disco, vamos ter a oportunidade de ouvir as canções deste disco no palco?

Darko - Claro que sim. Nem elas fariam sentido se não fossem comunicadas a uma plateia. Sou um homem de palco e é lá que me sinto feliz. Preciso de receber essa energia por parte de terceiros para continuar a acreditar que a minha vida na música é uma certeza.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo de Darko?

Darko - Por crescer. Queremos tocar muito para as pessoas, sou um compositor compulsivo e já tenho uma série de ideias para um próximo álbum... Quero escrever outro livro, sinto muito essa necessidade. Por outro lado em Setembro vou dedicar-me a brincar aos actores, ao protagonizar uma curta-metragem escrita por mim. Um projecto ambicioso que me vai divertir bastante. Se a minha vida andar de mãos dadas com a arte serei certamente feliz, precisando sempre de sofrer pequenos desgostos pessoais para que a inspiração não me abandone...mas esses, quem não os tem?

Sem comentários:

/>