O novo álbum de B Fachada tem edição agendada para o dia 2 de Dezembro. "B Fachada" foi escrito e tocado por B Fachada; produzido por B Fachada e Eduardo Vinhas. O disco foi gravado em Outubro e Novembro de 2011 no Golden Pony.
"...Não se pense que abandona o assunto que mais se discutiu por alturas de “Deus, Pátria e Família”. Pelo contrário, aprofunda-o. Porque tal como o narrador desse tema de 20 minutos, também aqui se encontra no pessoal, e não no colectivo, o cenário para a mais política das transformações: a do indivíduo.
Aquele que – descodificando imagem pública – em "Roupa de Estrada" canta “Quem me deu as mentiras para ser eu/ Vou tentando ser decente/ Num Fachada bem diferente do meu” ou em ‘Não Pratico Habilidades’ diz “Podes fazer o que quiseres/ Eu deixo gozar comigo por não ser cantor” para acrescentar “Canto a minha pirosada/ Para te chegar ao calcanhar”.
Aliás, muito deste disco é, em última análise, uma reflexão sobre o juízo e a crítica, permeável à opinião alheia e capaz de responder com clareza a apreciações favoráveis ou desfavoráveis. É só mais uma camada de significados para esse diálogo cantar em "Sozinho no Róque" que está “Mais a rimar, nem tanto a ser poeta/ A dominar a música discreta” ou, de novo em 2Roupa de Estrada", fazer referência ao seu ciclo semestral de edições e à própria natureza deste novo CD com a frase “Nunca um tema foi eterno/ Tudo volta a ser moderno/ Ponho aquele meu tom mais terno/ Nasce um disco, amor, para ouvires no teu inverno”.
Depois há, com a ligeireza e acessibilidade de sempre, vinhetas da vida privada, como o “Ponho as gotas no cabelo/ E uma reza eficaz” de "Cantar o Apelo", o “Tu trabalhas junto a mim até te dar o sono/ Eu só durmo quando enfim a cantiga já tem dono” de "Os 2 no Polibã" ou o “Vens ouvi-lo a dizer coisas/ Que dão a entender/ Que isto assim contigo é que é viver” de "Barriga pelo Amigo".
E, inevitavelmente, a menção a um ambiente musical em que se percebem umas coisas enquanto outras permanecem duvidosas, desta feita sintetizada num ‘Está na Hora da Passa’ em que se afirma que “Quando o dia desenlaça/ Está na hora da passa/ Fica tudo com mais graça/ Excepto a prenda de Alcobaça” e se dedica estes versos aos meninos e meninas da Cafetra que, em estúdio, marcaram com palmas o ritmo: “Fazem mal a coisa certa/ Há que ouvir o tio careca/ Porque a barba mal desperta/ É preciso andar para a Fetra”. Mas é quando cai o pano sobre o disco que mais ele se revela, com a dedicatória de "Mané-Mané2 (“Já não basta todo o dia a levar com a guitarrada/ Vai, faz um disco só sobre ti”) e, escondido em fundo tropical, o conselho “Quando acaba a cantoria/ Parece fácil, é magia/ Mas não basta uma certa piada/ Para ser o B Fachada// Tentas muito compreender/ O que acabou de acontecer/ Se ainda assim eu não consigo te agradar, então/ Usa a vida para viver/ Usa a vida para viver/ Usa a vida para viver/ Usa a vida para viver”
Como é costume, nada é bem o que parece. E, mais uma vez, sem poder ter outra origem, soa diferente um disco novo de B Fachada em que permanece a ambição de explorar os limites da sua linguagem. Num universo autoral progressivamente mais distinto, ensaia – numa monumental balada, num solene refrão, num inusitado solo de guitarra, num obtuso efeito no piano, numa captação vocal inédita, em mil e uma vozes, num estranho interlúdio instrumental, numa citação de um tema de Norberto Lobo que lança para o cosmos – algo de semelhante ao que fez em “B Fachada é Pra Meninos”: quanto mais joga com arquétipos, maior a sua recusa do normativo." (press release)
Alinhamento:
01. Sozinho no Róque
02. Roupa de Estrada
03. Cantar o Apelo
04. Está na Hora da Passa
05. Barriga pelo Amigo
06. Não Pratico Habilidades
07. Os 2 no Polibã

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