"Vai Pousar onde Quiseres" é este o sugestivo nome do disco de estreia de Meu Melro, pseudónimo de Hugo Correia, músico do Porto que aproveitou uma fase de inspiração trazida pela obra de Henrique O'Neill para iniciar este trabalho. Hoje em "Discurso Direto" lugar para as canções deste "Meu Melro".
Portugal Rebelde - Textos como "Os dois Sujos" e "Os Extremos2 abriram as portas para aquilo que veio a um
disco voltado para a temática das fábulas e parábolas. Quer explicar-nos como
tudo começou?
Hugo Correia - Pois tudo
começou há cerca de dois anos quando coloquei as mãos numa obra chamada "Fábulas"
de Henrique O’Neill. Nessa altura andava a escrever e a compor novos temas mas
este livro revelou-se de uma maneira muito especial, contendo textos muito
interessantes e com grandes mensagens morais que atrai a minha atenção. Por
experiência, musiquei, sem grande pretensão, um tema, e depois outro… e gostei do
resultado. Surgiu então a ideia de continuar a musicar mais textos dessa forma mantendo
a temática. Daí que o objetivo passou a ser compor um disco numa temática
demarcada e não apenas um conjunto de cantigas sobre tudo e sobre nada.
PR - Para Além dos
textos de Henrique O'Neill, podem ser ouvidas neste álbum as palavras de
Alexandre Parafita, Nuno Júdice, José Jorge Letria entre outros e uma nova
adaptação do poema “Fim” de Mário de Sá Carneiro, poema outrora abordado
musicalmente pelos Trovante. Está contente com o resultado final deste seu
primeiro disco ?
HC - Não
foi o meu plano inicial gravar num espaço de tempo tão "largo", preferiria
grava-lo de uma forma mais intuitiva. As canções sim, essas surgiram dessa
forma, quase que posso dizer que elas se foram revelando enquanto tocava
guitarra com os textos à minha frente. Quanto ao disco… já não o posso "ver à
frente"… como é normal em quase todos nós, se fosse agora faria algumas coisas
diferentes mas ao mesmo tempo tenho muito orgulho no resultado final. Foi o
melhor disco que consegui fazer até o terminar e por isso estou tranquilo.
PR - Numa frase apenas
como caracterizaria “Vai pousar onde quiseres”?
HC - Não fiques à
espera porque as coisas não vêm ter contigo.
PR - “Os Dois Sujos”, foi
a canção escolhida para apresentar este disco de estreia. Este é o tema que
melhor retrata o espírito do álbum?
HC - Penso que
não. Penso sim que é um bom cartão-de-visita para o disco, apenas. Acho que o
disco funciona como um todo, não tem, pelo menos intencionalmente, o intuito de
ser um disco Pop. Uma vez que foi necessário um "tema de avanço" (gosto mais de
lhe chamar assim) este tema pareceu-me bem.
Mas o tema
que melhor retrata a aura deste disco é o instrumental "Casa do Cuco".
PR - Este disco já foi
apresentado ao vivo e as canções deste disco já tiveram oportunidade de serem
apresentadas em palco. Qual tem sido o “feedback” do público?
HC - Pelo que me
vão transmitindo, existe uma aprovação generalizada, foi uma honra ter a Antena1 a carimbar/apoiar este disco. Isso e o retorno que as pessoas têm dado,
fizeram com que eu me sentisse um pouco mais compensado. Tendo a ser algo
inseguro às vezes.
PR - Para terminar, a que
se ficou a dever de escolha de “Meu Melro” para nome deste projeto?
HC - Meu Melro é um pseudónimo que adoptei.
Foram várias as razões… uma delas o facto de ser uma expressão que me lembra a
irreverência e a aventura que é a infância; outra foi o facto de serem pássaros
conhecidos pelo seu canto, um dos mais belos cantares de pássaros para mim.
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