"Um trabalho verdadeiro cheio de melodias e
licks de guitarra com influencias de Blues", é desta forma que Paulo Brissos caracteriza o seu último disco, nas lojas desde o passado dia 16 de Abril. "Pop Blues" o novo trabalho de Paulo Brissos, hoje em destaque no Portugal Rebelde.
Portugal Rebelde - ”Pop Blues” tem como inspiração o Blues e toda
uma vasta coleção de canções que o influenciaram ao longo da sua vida. Foi
longo o “caminho” até descobrir os pais do Blues?
Paulo Brissos - Não mas foi gradual. Depois de ouvir algumas
referencias mais modernas de Blues como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jeff Back
etc...isto ainda no principio dos anos 80, a busca tornou-se inevitável pois
muitos dos temas interpretados por estes músicos eram já versões de Robert
Johnson, Muddy Waters entre outros. Depois surgiu ao longo dos anos um
interesse maior por conseguir ouvir gravações o mais antigas possível de
algumas dessas referencias de modo a conhecer melhor e mais directamente a
sonoridade e a verdade dessa linguagem.
PR - Deste disco fazem parte dois temas bastante
conhecidos internacionalmente: “Get It On” de Mark Bolan, que aqui aparece com
o nome de “Vem dançar, mãos no ar”, e “Ain´t No Sunshine”, de Bill Withers,
como o nome de “O Sol não brilha”. Quer falar-nos um pouco destas versões?
PB - Estas versões surgiram naturalmente ao longo
dos anos pois são temas que eu gosto e já tocava nas versões originais e que
sempre as tomei como minhas ao vesti-las à minha maneira. Neste disco achei que
encaixavam bastante bem, mas como eram os únicos temas em inglês e eu não
queria quebrar com o meu principio de cantar em Português, resolvi fazer
versões em português que desde logo foram muito bem aceites ao vivo, o que
retirou qualquer duvida em relação à sua inclusão no disco. Depois só faltou
grava-las e da-las a apreciação dos detentores dos direitos que também não se
opuseram à inclusão.
PR - Numa frase apenas como caracterizaria este
“Pop Blues”?
PB - Um trabalho verdadeiro cheio de melodias e
licks de guitarra com influencias de Blues mas que não deixa de ser um álbum de
canções inserido num caminho que já venho traçando ao longo dos anos.
PR - “Todos os teus segredos” foi o single de
apresentação deste disco. É este o tema, que melhor retrata o espírito do
álbum?
PB - Achámos que sim que seria o melhor a
retratar o álbum pois tem uma sonoridade muito Pop mas também uns licks bem
Bluesy ao bom estilo do Clapton. De qualquer forma acho que existe outros que
poderiam retratar tão bem ou melhor o trabalho. O caso do tema
"Sentimentos por ti" que é uma balada em 6/8, com muita guitarra, num
ambiente muito cru e que também mostra outro lado do mesmo. E poderia continuar
a falar de outros....
PR - No próximo dia 27 de Abril apresenta ao vivo
no Indochina, em Lisboa as canções deste disco. Que expectativas tem em relação
a este concerto?
PB - Espero uma sala cheia de amigos, colegas e
seguidores do meu trabalho para uma noite inesquecível onde vou tentar
transportar todos para uma realidade onde a música Portuguesa cantada em
Português está bem viva e pode coexistir com os tempos mais modernos, bebendo
influencia de outras culturas que neste momento são transversais na nossa
civilização.
PR - Para terminar, por onde passa o seu futuro
próximo?
PB - Tocar o mais possível ao vivo para mostrar o
nosso trabalho ao maior numero de pessoas possível. Pensar num próximo trabalho
depois de conseguir o objectivo anterior. Acredito que nos concertos ao vivo é
onde está a maior verdade da música e eu sou um palco-dependente.
Sem comentários:
Enviar um comentário