A Sétima Legião,
prepara-se em força para voltar aos palcos numa tournée que terá as
primeiras datas hoje casa da Música e 4 de Maio no
Coliseu de Lisboa e irá a todo o país até final de Novembro.
Para já, e
em antecipação aos grandes momentos que se avizinham, fica a edição de
“Memória: O Melhor da Sétima Legião” e a reedição de todos os discos de
estúdio da banda.
“Memória” é um CD+DVD onde podemos encontrar os temas
emblemáticos da Sétima Legião num alinhamento que percorre todos os seus
discos de originais.
O DVD inclui a gravação do concerto da Sétima
Legião no Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, no 29 de Dezembro de 1990,
gravado e emitido pela RTP na altura mas que é agora é editado
comercialmente pela primeira vez com o áudio remasterizado e vídeo
tratado.
Como extras do DVD, encontramos 7 videoclips e ainda imagens da
participação da Sétima Legião no concerto de tributo a José Afonso a
que chamaram de “Filhos da Madrugada”, realizado em Junho de 1994 no
estádio José de Alvalade, onde interpretaram o tema “Cantigas do Maio”.
Para além da colectânea
“Memória” foram também reeditados os 5 discos de estúdio da Sétima Legião. O som
de cada disco foi remasterizado digitalmente a partir das bobines
originais, as artwork foram retocadas passando a incluir todos os
créditos referentes à gravação de cada álbum e as letras de todas a
músicas, e, por fim, os alinhamentos passaram a incluir, a título de
temas extra, algumas versões de canções exclusivamente editadas em
maxi-singles e que nunca foram editadas no formato CD.
No início dos anos 80, um grupo de miúdos lisboetas - fascinado pelos sons vindos de Manchester, mas também pela música tradicional portuguesa – pega em guitarra eléctrica, baixo, bateria, mas também gaita-de-foles, para fazer uma música que viria a ficar cristalizada, no seu estado mais puro, num surpreendente single de estreia «Glória» / «A Partida» (1983), produzido por Ricardo Camacho.
Ao longo dos anos e em sucessivas entrevistas, os
músicos da Sétima Legião, e até o próprio Paulo Marinho, sempre disseram
que a inclusão de uma gaita-de-foles num grupo de características
essencialmente rock tinha mais a ver com a busca de um som original e
não tanto de uma «busca de portugalidade».
Até pode ser, mas a verdade é
que a gaita-de-foles (e mais tarde também as flautas) foi a pedra de
toque para dar ao grupo uma sonoridade posterior ainda mais próxima das
raízes tradicionais, com a inclusão de músicos como Gabriel Gomes
(acordeão), Paulo Abelho (bombos e outras percussões), Miguel Teixeira
(viola d’arco) e, pontualmente, de um colega de Marinho nos Gaiteiros de
Lisboa, Carlos Guerreiro (sanfona, gaitas, percussões).
Nos últimos quinze anos, a Sétima Legião deu vários
concertos e, sempre que podia, incluía temas originais em compilações
suas (ex.: «A Luz» e «A Promessa» em "A História da Sétima Legião:
Canções 1983-2000") ou exteriores («O último Deserto», da colectânea "Frágil 21").
Agora, trinta anos depois do início do grupo, outros
concertos se seguirão à edição deste "Memória", notável documento que
recupera em áudio e em vídeo o percurso irrepreensível da banda que
deu o melhor exemplo daquilo que poderia ter sido, e para fechar o
círculo deste texto, o verdadeiro "rock português".
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