"Um álbum de canções
para ser ouvido do princípio ao fim como se fosse um livro." É desta forma que Walter Benjamin nos descreve “The Imaginary Life Of Rosemary And Me”, o álbum que chegou na passada segunda-feira às lojas, e marca o regresso aos discos do músico e produtor Luís Nunes.
Portugal Rebelde - “The Imaginary Life Of Rosemary and Me”
foi escrito e gravado entre o calor do estúdio 15A em Lisboa e um quarto em
Londres. Era o este o disco que sempre “sonhaste” fazer?
Walter Benjamin - Eu sonho fazer muitos
discos diferentes, este foi o que sonhei agora. Mas em muitos aspectos foi uma
realização muito especial, nomeadamente no tipo de gravação que fizemos e nos
músicos que tocaram no disco. Foi a primeira vez que fiz um disco meu
parcialmente num estúdio e com o luxo de poder usar instrumentos fabulosos e
clássicos como o Hammond, o Farfisa ou o Wurlitzer.
PR - Quais são as
referências musicais que podemos encontrar neste disco de estreia?
WB - São várias, este é um
disco um bocado crooner. É mais introspectivo e a narrativa é clara. Mas acho
que tem um bocado de folk, de rock, de Motown, de bossa nova e até de pop
psicadélica. Tudo o que me pareceu adequado para vestir estas músicas, tem um
corte um bocado clássico.
PR - “High Speed Love” é um dos singles de
apresentação deste disco. É este o tema que melhor retrata o espírito do álbum?
WB - Bem, o primeiro single
é “Airports and Broken Hearts”. Depois saiu o vídeo da “High Speed Love” que é
a canção mais descaradamente pop do disco. São duas músicas completamente
diferente e esse é o espírito do álbum e a natureza da minha música. A coerência
na incoerência.
PR - Numa frase apenas -
ou duas - como caracterizarias este “The
Imaginary Life Of Rosemary and Me”?
WB - Um álbum de canções
para ser ouvido do princípio ao fim como se fosse um livro.
PR - No próximo dia 21 de
Abril apresentas no
Auditório Padre Carlos Alberto Guimarães em Lisboa, as canções deste “The Imaginary Life Of Rosemary and Me”. Que surpresas estão reservadas para
este concerto?
WB - As surpresas já são
públicas. Vou ter uma banda improvável com amigos com quem adoro fazer música mas
que nunca consegui juntar ao mesmo tempo. Entre eles estão o B Fachada,
Noiserv, Márcia, Francisca Cortesão, (Minta) o Manuel Dordio, o João Paulo
Feliciano e o Bruno Pernadas. Junta-se a melhor secção rítmica de sempre, o
João Correia e o Nuno Lucas dos Julie & the Carjackers.
PR - Que sensações
esperas que as pessoas retirem da audição deste disco?
WB - Espero que retirem
conforto e prazer na descoberta e que lhes entre directamente para debaixo da
pele. Não sei se sou demasiado optimista.
PR - Para terminar, por
onde passa o futuro próximo de Walter Benjamin?
WB - O futuro do Walter
Benjamin é sempre uma incógnita. Espero que passe por muitos concertos e muitos
discos porque a melhor coisa que me podem deixar fazer é música.
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