18/04/2012

WALTER BENJAMIN | Discurso Direto


"Um álbum de canções para ser ouvido do princípio ao fim como se fosse um livro." É desta forma que Walter Benjamin nos descreve “The Imaginary Life Of Rosemary And Me”, o álbum que chegou na passada segunda-feira às lojas, e marca o regresso aos discos do músico e produtor Luís Nunes.

Portugal Rebelde - “The Imaginary Life Of Rosemary and Me” foi escrito e gravado entre o calor do estúdio 15A em Lisboa e um quarto em Londres. Era o este o disco que sempre “sonhaste” fazer?

Walter Benjamin - Eu sonho fazer muitos discos diferentes, este foi o que sonhei agora. Mas em muitos aspectos foi uma realização muito especial, nomeadamente no tipo de gravação que fizemos e nos músicos que tocaram no disco. Foi a primeira vez que fiz um disco meu parcialmente num estúdio e com o luxo de poder usar instrumentos fabulosos e clássicos como o Hammond, o Farfisa ou o Wurlitzer.

PR - Quais são as referências musicais que podemos encontrar neste disco de estreia?

WB - São várias, este é um disco um bocado crooner. É mais introspectivo e a narrativa é clara. Mas acho que tem um bocado de folk, de rock, de Motown, de bossa nova e até de pop psicadélica. Tudo o que me pareceu adequado para vestir estas músicas, tem um corte um bocado clássico.

PR - “High Speed Love” é um dos singles de apresentação deste disco. É este o tema que melhor retrata o espírito do álbum?

WB - Bem, o primeiro single é “Airports and Broken Hearts”. Depois saiu o vídeo da “High Speed Love” que é a canção mais descaradamente pop do disco. São duas músicas completamente diferente e esse é o espírito do álbum e a natureza da minha música. A coerência na incoerência.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este “The Imaginary Life Of Rosemary and Me”?

WB - Um álbum de canções para ser ouvido do princípio ao fim como se fosse um livro.

PR - No próximo dia 21 de Abril apresentas no Auditório Padre Carlos Alberto Guimarães em Lisboa, as canções deste “The Imaginary Life Of Rosemary and Me. Que surpresas estão reservadas para este concerto?

WB - As surpresas já são públicas. Vou ter uma banda improvável com amigos com quem adoro fazer música mas que nunca consegui juntar ao mesmo tempo. Entre eles estão o B Fachada, Noiserv, Márcia, Francisca Cortesão, (Minta) o Manuel Dordio, o João Paulo Feliciano e o Bruno Pernadas. Junta-se a melhor secção rítmica de sempre, o João Correia e o Nuno Lucas dos Julie & the Carjackers.

PR - Que sensações esperas que as pessoas retirem da audição deste disco?

WB - Espero que retirem conforto e prazer na descoberta e que lhes entre directamente para debaixo da pele. Não sei se sou demasiado optimista.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo de Walter Benjamin?

WB - O futuro do Walter Benjamin é sempre uma incógnita. Espero que passe por muitos concertos e muitos discos porque a melhor coisa que me podem deixar fazer é música.

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