30/05/2012

PE7ERPANIC | Discurso Direto


“Don’7 Panic” é o disco de estreia de Pe7erpanic, "one man band", natural de Vila Real. O Portugal Rebelde esteve recentemente na capital transmontana à conversa com Pedro Botelho, o rosto do projeto Pe7erpanic, que em "Discurso Direto" nos fala de um disco que “tem tanto de divertido e dançável quanto de sensual”.

Portugal Rebelde - “Canções curtas, cheias de ritmo, com um som limpo e "tremolado" a fazer lembrar os anos 60 ou sujo e avariado, mais próprio do punk dos anos 70.” É isto que podemos encontrar no álbum “Don´7 Panic”?

Pe7erpanic - Isso tudo e provavelmente algo mais... se pensarmos que as minhas influências vão desde os magnânimos The Cramps, passando pelos sempre consistentes Slayer até aos inigualáveis Cocteau Twins!!!

PR - Que sonoridades exploras neste projeto a solo?

PP - Neste projecto tenho temas que vão desde o surf-garage, ao rock (com base blues), passando pelo pop e até uns temas mais melo(dio)sos “para passar na RFM”!!! Comecei por compor apenas no baixo por ser o meu instrumento base, mas logo passei para a guitarra acompanhada por basspedal (teclado de baixos tocado com os pés, tipo os que existem nos órgãos das igrejas) e bombo e prato-de-choque para a percussão.

PR - O fio condutor às 13 canções deste disco são as relações entre o homem e o sexo oposto. Que “mensagem” procuras deixar?

PP - A maioria dos temas são auto-biográficos. Mas muitos são apenas desvarios inspirados por uma ou outra frase, por experiências pessoais ou até por pessoas que conheço... ou gostava de conhecer!!! Não há propriamente uma mensagem, apenas escrevo e canto aquilo que penso desta relação tão excitante que o homem tem com o seu oposto!!!

PR - Neste teu disco de estreia, podemos encontrar alguns convidados especiais. Queres falar-nos um pouco destas participações?

PP - Antes de gravar o disco já tinha a ideia de convidar alguém para tocar serrote num tema, o que depois de alguns contactos gorados se veio a concretizar com a presença do Sr. António “Tony das Gaitas” Ribeiro. Um senhor de 70 e tal anos que foi palhaço profissional de circo quase a vida toda e que agora se dedica a construir e tocar bombos e gaitas de foles. Obtive o contacto através de um bom amigo e assim se fez magia com a sua magnífica participação no tema Swing My Thing!!! Outros 2 temas tinham já escaladas as participações de Paulo Almeida e Pedro Carvalho nas guitarras solo, que pontualmente tocam comigo ao vivo. Ficaram ambos muito bons (My Baby is Gone e Kick My Kips)!!! Assim como ficou genial o solo de guitarra que o Pedro Mendes, co-produtor do disco, fez na Justwannafuckya. Ideia que surgiu já em estúdio e se revelou um belo acrescento que veio dar muita vida ao tema. Mas fenomenal mesmo ficou a voz de Eric L. da Silva no tema Nevermind! A parte vocal deste tema foi ficando para o fim pelo facto da minha performance vocal não estar a agradar ao Daniel Cardoso, produtor do disco! E assim, já com todos os outros temas registados, chegara a hora de “tratar” deste... A problema inicial mantinha-se. Surgiu então a ideia de que o tema pudesse ser “cantado” por outra pessoa ao que o Pedro Mendes sugeriu que convidássemos o Eric L. da Silva, actor profissional com experiência em vozes e uma dicção inglês irrepreensível! O resultado foi estonteante logo ao primeiro take e o tema passou muito naturalmente a ser o single do disco.

PR - Já tiveste oportunidade de apresentar as canções deste disco em concerto. Qual tem sido o “feedback” do público?

PP - Ao vivo tenho tocado quase todos os temas do álbum, intercalados com alguns temas novos e versões minhas de temas dos (The) Cramps, (The) Raveonettes e das (The) Ronettes!!! O público tem-se manifestado positivamente, aplaudindo, dançando e até já cantando... e uivando comigo!!! Tenho também sentido que as pessoas agora já não se espantam tanto com o facto de eu estar a tocar vários instrumentos ao mesmo tempo, preocupando-se mais em ouvir e apreciar a minha música. Isso deixa-me muito contente!!!

PR - Numa frase apenas como caracterizarias este “Don’7 Panic”?

PP - Não é fácil... Para mim este disco é algo de que tenho muito orgulho porque nunca esperei que o resultado final viesse a ter tanta qualidade e que me demorou quase 2 anos a concretizar! Talvez dissesse dele que “tem tanto de divertido e dançável quanto de sensual”!!!

PR - O “pânico” invade-te, quando sobes ao palco apenas munido de uma guitarra ou baixo, bombo, pratos, pedal de baixo e voz?

PP - Por estranho que pareça, nunca tive essa sensação agora que toco sozinho. No passado quando tocava em bandas sentia isso. Não sei bem porquê agora não. Ou pelo menos não sinto da mesma forma. Não é nervosismo ou medo, apenas uma vontade imensa de saltar para o palco e começar a rockar!!!

PR - Para terminar, sentes que mesmo sozinho se consegue fazer uma banda?

PP - Sinto! No entanto adoro ter gente a tocar comigo... Algo que a cada novo tema sinto como mais necessário. Estarei a caminhar para Pe7erpanic & The Tranquilizers? O futuro o dirá, mas para já continuo cheio de vontade de tocar tudo sozinho por este reino afora!!!

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