24/01/2014

SENHOR VADIO | Discurso Direto


Senhor Vadio é o sexteto (mais pessoal) de José Flávio Martins, músico, letrista, compositor e fundador de vários projectos, ao longo de duas décadas, como Frei Fado d’El Rei, Ceia dos Monges, Roldana Folk, Lúmen e Atlantihda. “Cartas de um marinheiro" é o primeiro álbum de "Senhor Vadio". Reúne temas compostos por José Flávio Martins ao longo de 23 anos de música."Cartas de um Marinheiro" será apresentado nos dias 2 e 15 de Fevereiro, respetivamente na Casa da Música (Porto) e Auditório Metro Alto dos Moinhos, em Lisboa.

Portugal rebelde - Depois de teres criado grupos como os Frei Fado d´El Rei, Ceia dos Monges, Roldana Folk, Lúmen, ou os mais recentes Atlanthida, como é que surgiu este Senhor Vadio?

José Flávio Martins - O Senhor Vadio é para além de uma celebração de 23 anos de canções, muitos CD's editados, muitos concertos um pouco por todo Mundo, o meu projecto pessoal, onde trabalho em sexteto, com músicos amigos, e esse é para mim um grande privilégio, e que têm também esta atitude de fusão e de cruzar vários ambientes musicais, podia ter-lhe chamado José Flávio Martins, mas quis ser um pouco mais original e chamar-lhe "Senhor Vadio", que para mim só foi possível depois de ter feito um percurso de 23 anos na música, decidi escolher estes temas, onde existem alguns que já foram editados e outros inéditos, tudo isso com uma roupagem mais actual e cm outra visão!

PR - Podemos de alguma forma dizer, que estas “Cartas de um Marinheiro” são uma espécie de viagem pelo teu passado e presente?

JFM - Exactamente, é uma ponte que passa por estes anos, é uma viagem de experiências e sobretudo de amadurecimento, como músico e como pessoa, onde dei muito valor à palavra, à Poesia das canções!

PR - “Cartas de um Marinheiro” conta com a participação especial de muitos amigos, que se cruzaram contigo ao longo dos últimos 20 anos. Queres falar-nos um pouco destes “marinheiros”?

JFM - Esse foi um grande privilégio, ter acima de tudo amigos, que se cruzaram comigo em diversas situações, desde o João Gil, quando nos "Filhos da Madrugada" em 1994, era um dos Produtores envolvidos, o Jorge Fernando, fizemos juntos com muitos outros músicos na altura, em 2000 um video clip das grandes cheias em Moçambique, o Manuel Rocha, conhecemo-nos também, nos "Filhos da Madrugada", a Diana Basto cantou comigo durante 3 anos, no projecto "Ceia dos Monges", a Helena Soares tocou comigo, nos Roldana Folk, Lumen, e todos estes músicos que muito admiro, são acima de tudo, amigos, não deixo de frisar também o papel super importante que teve o também produtor e responsável pelas gravações, o Pedro Bruno Carreira e a Masterização final a cargo do Quico Serrano, outro grande amigo, que tive o privilégio de tocar e trabalhar em projectos anteriores.

PR - “Disse-te Adeus e Sorri” foi a canção escolhida para apresentar este disco. Esta é a melhor porta de entrada para descobrir estas “Cartas de um Marinheiro”?

JFM - O "Disse-te adeus e sorri" é, penso eu, um tema que reúne uma sonoridade muito própria, e ao mesmo tempo diversa, com uma melodia, bastante marcante, é um grande tema de "avanço", onde no seguimento do meu trabalho anterior, os "Atlantihda", vinha cruzando o Fado com o Tango, mas é apenas uma porta aberta, para um "Mar" de canções com muitas influências e acima de tudo muita diversidade musical, dada também pelos meus convidados!

PR - Para, além das releituras de temas anteriormente gravados e de alguns inéditos, encontramos neste disco o tema “Trova do vento que Passa”, a única versão deste trabalho. Há alguma razão especial para a escolha desta canção?

JFM - Tivemos o prazer e a convite da Câmara de Ponte da Barca, local onde gravamos em ensemble, a primeira fase deste trabalho, numa casa de turismo rural, de tocar, mais do que uma vez neste Município, e numa dessas vezes, havia um Tributo ao Zeca Afonso e ao Adriano Correia de Oliveira, o tema que escolhemos para fazer a versão do Adriano, foi a "Trova do vento que passa", porque pessoalmente, acho uma das muitas canções marcantes, da história da música Portuguesa, como essa versão teve tanto carinho por parte do Público, resolvemos também inseri-la no CD.

PR - Para terminar, que memórias guardas de mais de vinte anos no “alto mar” das canções?

JFM - Guardo memórias muito gratificantes, um percurso que muito me orgulho, este Navegar constante sem parar, por paragens tão diversas e ao mesmo tempo tão cheias de influências culturais, fizeram de mim este Marinheiro vadio de muitas canções e muitos destinos musicais.

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