DEALEMA | Discurso Direto

"As trevas antecedem a alvorada da alma" é uma frase que com regularidade encontramos na lírica dos Dealema e que desde os tempos do V Império com o tema "Sala 101" se transformou num grito de esperança. O alerta repetiu-se em "A Grande Tribulação" editado no final de 2011 e parece agora fazer mais sentido do que nunca. Depois de um disco negro, onde a tribulação dos nossos dias é posta a nu, o colectivo de Gaia surge com um novo trabalho, mais luminoso, onde a escrita é levada ao expoente máximo. “Alvorada da Alma”, editado em finais de 2013 é um regresso às origens, onde tudo começou, à paixão pela música desde o primeiro momento até ao que ela representa hoje. Mundo, Fuse, Expeão, Maze e Dj Guze estão hoje no Portugal Rebelde para comentarem as 17 faixas que compõem o álbum "Alvorada da Alma".

01 - Alvorada da Alma

O tema homónimo introduz o álbum, é uma faixa com a luminosidade de um novo dia que nasce, duma página nova que se escreve no livro da vida de Dealema. Conta com a voz de Dino d'Santiago no refrão que faz o convite ao renascimento da alma depois das trevas da tribulação.

02 - Bom Dia

Bom Dia é o primeiro cartão de visita, primeiro single e primeiro videoclip da Alvorada da Alma, é uma música intimista que revela um pouco dos nossos quotidianos e abre a porta das nossas casas a todos os que nos seguem há muitos anos e que nos dá a conhecer a todos que descobriram apenas agora o colectivo. Conta com a participação de Ace dos Mind da Gap no refrão com um apelo ao Carpe Diem, a principal mensagem a extrair deste tema.

03 - Ás de Espadas

É uma enorme metáfora, esta segunda música a ser revelada ao público conta com Marta Ren que volta a marcar presença nos nossos trabalhos e no seu refrão nos fala do jogo da vida e da força necessária para nos aguentarmos mesmo nos dias que correm. Os Raps são manuais de sobrevivência urbana, relatos e crónicas de rua.

04 - Amor Veneno

O remake de uma das primeiras músicas que gravamos como banda, fala de relações humanas, amor e a mudança representada aqui pelas estações do ano. A poesia que nos caracteriza aqui no seu expoente máximo.

05 - Incrivelmente

Interlúdio produzido pelo Mundo, transporta-nos à era dourada do soul, do vinil, da presença da música na nossa infância. 

06 - A Palavra é a Arma

A Palavra é a Arma é um exercício lírico exímio, é o exemplo do aprimorar a técnica e da constante elevação da fasquia ao nível da poesia, algo que o  colectivo tem vindo a fazer ao longo de todos estes anos, as letras assumem um papel principal nesta ode à palavra e ao seu poder transformador. Conta com Kid Mc que directamente de Angola nos mostra que o poder da palavra é universal.

07 - O Meu Refúgio

O refúgio é a família, esta é mais uma música em que expomos um pouco do que somos na nossa privacidade, relatos das nossas vidas, flashes da nossa intimidade. São letras com grande carga emocional as quais toda a gente se relaciona, pois a família é o ponto comum da nossa humanidade. A magnificência da voz da espanhola Woyza volta aos nossos álbuns para mais um refrão que promete entrar nos subconscientes para não voltar a sair de lá.

08 - Reconhece e Representa

É uma música cuja estética sonora nos transporta para os tons do Hip Hop dos anos 90, a simplicidade instrumental assim como a métrica na escrita é inspirada nos nossos tempos de adolescência, quando começamos a ouvir hip hop. É um som classico dedicado à música que nos move desde 1996.

09  - Estrada de Sonhos

Interlúdio instrumental produzido pelo Dj Guze, clássico, apropriado para uma viagem de carro no final do dia à beira mar.

10 - Comportamentos Bizarros

Comportamentos bizarros é uma caricatura da vida social, com personagens e acontecimentos reais pintados de humor e sarcasmo metafórico. É uma música cuja mensagem não tem uma meta e os personagens não têm um ponto de encontro, num mundo onde as aparências iludem e nada é o que parece. Contamos com a participação do Emicida, uns dos nomes mais sonantes do rap brasileiro.

11 - A Primeira Vez

É uma música de AMOR no sentido mais simples da palavra, interpretada com sentimento e dedicada à nossa cara-metade. É um som pouco convencional para uma música de amor porque mantém a nossa sonoridade, um ritmo que incita ao volume no máximo. Esta música tem um lugar comum que é o mar.

12 - A Gota de Água

Esta faixa é uma reivindicação de respeito, orgulho e porta uma bandeira de amadurecimento. Ninguém pode mudar aquilo que somos, aquilo que representamos, já não perdemos tempo com coisas que são insignificantes quando comparadas com a grandiosidade da nossa vida. Conta com dois convidados, a Ana Lu, voz que colaborou na Nada Dura Para Sempre, e o grande rapper espanhol Nach.

13 - Vive

A mensagem desta música é o despertar para a vida, uma inspiração para sermos alguém ainda melhor. É um tema de unificação e motivação com um tom muito próximo, muito pessoal, quase como uma confissão cara-a-cara. Tem a participação de uma grande voz portuguesa, o Nbc.

14 - Primavera

Interlúdio produzido pelo Maze, com uma sonoridade soul, que respira vida e cor. Tínhamos este som reservado para algo grande, acabou por fazer todo o sentido ter um lugar neste disco.

15 - Supernova

Este som é um apelo à liberdade, um ultimato a tudo aquilo que nos impede de ascender à felicidade. É o grito do ipiranga onde a música é o rio cuja corrente leva as palavras de força e esperança. Tem a participação de Elizabete Silva dos Necris Dust.

16 - Concreto Abstracto

É uma minúcia descritiva da vida ao pormenor, onde tudo é concreto e abstracto. É um quadro alegre pintado com cores tristes, é o dormir com os olhos abertos, um recitar de poesia com palavras megalíticas. Tem a participação da voz de Manel Cruz dos Ornatos Violeta.

17 - No Final

Interlúdio produzido pelo Mundo, é uma despedida com um “até já”. Melancólico e alegre tanto quanto um final pode ser.