31/03/2014

SENSIBLE SOCCERS | Discurso Direto


Os Sensible Soccers são um quarteto formado por Hugo Alfredo Gomes, Filipe Azevedo, Manuel Justo e Emanuel Botelho. Editaram o seu primeiro EP em 2011, ano em que também se estrearam nas actuações ao vivo. "8" (oito) é o registo que marca a estreia dos Sensible Soccers em formato longa duração, numa colaboração entre duas editoras de referência no panorama nacional: a PAD e a Groovement. "8" é "um disco que oscila entre a tensão e a calma", uma colecção de oito temas compostos ao longo dos últimos dois anos da (ainda) curta carreira do quarteto sediado em Fornelo, Vila do Conde.

Portugal Rebelde - Dança, Rock, Funk e Música Atmosférica, é um pouco de tudo isto que faz “correr” os Sensible Soccers?

Sensible Soccers - Não nos parece. Quando estamos a fazer música não pensamos em qualquer tipo de espectro musical. As nossas músicas são conjuntos de soluções pop apesar de nos afastarmos dela quanto à forma e evolução. Não usamos muito o verso/refrão uma vez que preferimos ver o que a música pede e até onde ela vai.

PR - Há alguma razão especial para deixar de fora do alinhamento deste “8” o tão badalado “Sofrendo por você”?

SS - Nunca esteve nos nossos planos editar a Sofrendo Por Você no “8” apesar de termos jogado um bocado com isso no seu lançamento, sobretudo porque gostamos de criar alguma confusão. A verdade é que nunca a anunciámos explicitamente como single de apresentação do disco. A sofrendo é um projecto isolado na nossa curta carreira e demorou dois anos a ser concluída. As fontes sonoras da sofrendo e toda a sua composição e produção fazem parte dum registo mais lo­fi que entretanto deixamos de parte na criação do disco. Podemos dizer que a sofrendo é o fim do que fomos até ao 8.

PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizariam este “8”?

SS - È o primeiro disco dos sensible soccers onde apresentamos algumas propostas para as músicas que lá estão. É um disco que oscila entre a tensão e a calma e onde paira a ideia de homenagem.

PR - Não sendo os Sensible Soccers uma banda para penetrar no mainstream, como é que explicam o culto à vossa música?

SS - Não temos uma explicação muito lógica para isso. Talvez aconteça porque algumas pessoas gostam das nossas músicas e dos nossos concertos tal como eles são. Há um “good feeling” entre nós e que gostamos de acreditar que passa para as pessoas. Já achamos mais que iria existir essa barreira de que falas entre nós e o mainstream. De certa forma, ao longo destes curtos anos em que temos tocado ao vivo, fomos sempre sendo surpreendidos com as reacções entusiásticas que fomos recebendo de pessoas de todos os quadrantes musicais, e claro que isso é surpreendente sobretudo quando chega de pessoas que não se referenciam propriamente na cena independente. Acontece­nos muito isso e parece ser sinal de que talvez haja mais abertura que nunca para projectos de génese e actuação independente conseguirem um reconhecimento mais alargado.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo dos Sensible Soccers?

SS - Isso não sabemos. Sabemos que queremos continuar a existir de forma sustentada cá dentro e tentar ser pequenos lá fora. Sabemos que queremos continuar a fazer a música que nos apetecer sem ter como guia o mercado ou a expectativa, até porque nos parece que é isso que tem feito resultar o nosso trabalho até agora.

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