Os Throes + The Shine são cinco e criaram um género nunca antes explorado, o casamento entre o rock despreocupado com o kuduro de fazer mexer ancas e multidões. Em 2012, sob a alçada da recomendável Lovers & Lollypops, os Throes +The Shine editaram o seu disco de estreia, "Rockuduro", um trabalho muito bem recebido pela imprensa e pelo público em geral. Agora é tempo de "Mambos de Outros Tipos", um disco mais reflectido e ainda mais cosmopolita. Dois angolanos, Diron e André do Poster, conferem ao Throes +The Shine o lado mais africano e irrequieto. Isto porque a outra metade da banda, composta pelos rockeiros Marco Castro, Igor Domingues e João Brandão, dá-lhe bem nos riffs a abrir. Com uma rodagem dos Throes +The Shine pode-se esperar sempre o mesmo: suor, entrega, multidões e, obviamente, dança.
Portugal Rebelde - É verdade, que ao segundo disco os Throes + The shine mergulham mais profundamente na vasta e rica música do sudoeste africano?
Throes + The Shine - Sim, sem dúvida. Foi uma atitude assumida da nossa parte. O primeiro disco surgiu num período muito inicial da banda, a composição do Rockuduro aconteceu quando existíamos apenas há seis meses e ainda não havia uma confiança tão grande entre nós. Com estes dois anos conhecemo-nos melhor e as influências foram sendo passadas mutuamente. Apesar de haverem dois membros angolanos na banda, a vontade de misturar os ritmos de kuduro com guitarras e teclados mais virados para o semba, funaná e afins partiu de uma vontade coletiva, muito por culpa dos nossos apetites musicais mais recentes.
PR - A edição de “Mambos de Outros Tipos” vem mostrar-nos que há mais para descobrir neste Rockduro que nos apresentaram em 2011?
Throes + The Shine - Fazer o mesmo disco duas vezes nunca foi uma opção nas nossas cabeças. O kuduro será sempre a base do nosso projeto, mas acreditamos plenamente que podemos continuar a explorar outras texturas e misturas com diferentes géneros de forma a não estagnar a nossa criatividade. O Rockuduro focou-se numa sonoridade mais rock, o Mambos de Outros Tipos tem uma mistura de géneros bem maior e o próximo disco irá ver ainda mais diferenças, certamente. Esta forma de pensar está na génese da banda, na verdade. A vontade de experimentar coisas diferentes é o que faz mais sentido para nós.
PR - “No Kimbo / Na aldeia” cantam: “Preserva a tu cultura / seja ela qual for”. Acreditam que a “tradição” ainda é o que era?
Throes + The Shine - Acreditamos que a tradição pode ser o que as pessoas quiserem, de certa forma. A ideia por trás dessa música é seres fiel às tuas raízes, não te esqueceres delas e evoluíres com elas. Nunca negar a importância do percurso que já fizeste, por muito que te distancies do ponto de origem.
PR - “Dombolo” foi a bombástica canção escolhida para single de avanço deste novo disco. “Kuduro atirado para uma rave ilegal subterrânea”, escreveu o Mário Lopes no Ipsilon. É mesmo assim?
Throes + The Shine - Por acaso é uma descrição bem acertada. A nossa ideia por trás da Dombolo foi mesmo essa, criar uma música mais negra e urbana. O riff e o ritmo inicial surgiu de uma brincadeira de final de ensaio entre o Diron, o Marco e o Igor, mas quando demos por ela estávamos todos a curtir imenso o que estava ali a acontecer e evoluí para o resultado que está a rodar por aí.
PR - Depois de Lisboa, “Mambos de Outros Tipos”, vai ser apresentado no dia 24 de Maio no Plano B (Porto). Depois segue-se uma digressão na Suiça. O que é que público pode esperar destes concertos?
Throes + The Shine - O público pode esperar energia, festa e muitas músicas tanto do Rockuduro como do Mambos de Outros Tipos. Vamos dar o nosso máximo e esperar que as pessoas se divirtam com isso.
PR - Para terminar, o “mandamento” principal para os Throes + The shine vai continuar a ser “Tuyeto mukima”, que é como que diz, vamos dançar?
Throes + The Shine - Sempre. Queremos gente a dançar na plateia, no palco, no bar e em todo o lado onde isso possa acontecer.
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