25/02/2015

BIA | Discurso Direto


O disco chama-se “Chi-Coração” (Ed. Autor) e é o surpreende álbum de estreia da cantora, multi-instrumentista, compositora e letrista açoriana Bia. É com as palavras de Beatriz de Noronha, que hoje partimos à descoberta deste “Chi-Coração”.

O Monopólio (primeiro single) é uma canção sobre o jogo da vida, a verdade e a batota, o risco e a decepção. Escrita por Maria Ceia e composta por Rui Filipe, é uma canção que se trauteia com muita facilidade. Com letra da Maria Ceia e Música do Rui Filipe, Ora Vira é uma canção meio reggae, sobre estados de espírito e a vontade, ou não, de mudar o que quer que seja... à bom português!

Sou de uma Ilha é uma das canções originais do Chi-Coração em que eu escrevi a letra. Uma canção que define a essência do álbum e que refere algumas das referências que lhe serviram de a todo o disco. Uma canção de identidade pessoal e artística que conta com a participação especial do magnífico Rafael Carvalho na Viola da Terra, instrumento incontornável da cultura açoreana.

Indecisa Decisão, Co-autoria na letra com o Rui, que é também o compositor da canção, leva-nos a pensar nas decisões que tomamos, as ponderadas e as intuitivas, ou melhor, a razão versus coração…
 
Meio a Meio é uma canção que refere que somos metades de um inteiro. Não somos nunca uma coisa só. Certo é que temos de ser ou ter o fogo de alguém para nos completarmos.

Talento Nato, original do Rui Filipe, é uma canção que fala do querer fazer e não fazer nada. Uma qualidade inata da nossa cultura… Uma canção divertida, mas com um cheiro interventivo.

Josézito faz parte do nosso imaginário colectivo e aparece neste disco tratada de uma forma muito divertida. Esta canção, apesar de associada ao cancioneiro infantil, para mim é sobre uma mulher traída que tem força para continuar com a sua vida e lutar pelos seus sonhos!

A Carta de Despedida é uma canção de Adeus. A um amor apaixonado, a um amigo eterno, enfim, uma despedida de um elo forte que se rasgou, e que se ruiu por não fazer mais sentido. Com a participação do Zeca Medeiros é uma canção com um certo cheiro a tango e com o Trompete maravilhoso do Miguel Gonçalves.

Já te disse hoje? Por outro lado, é a canção de amor profundo em que a Mulher se sente absolutamente completa por aquele amor que nem sabia que algum dia poderia encontrar. Aquele amor dos romances, das histórias e que afinal até pode ser que nos aconteça. Feliz de quem tem um amor desses...
 
Terelão-tão-tão é a canção do vinho, da boémia, da festa. Com participação da Arquitectuna, letra da Maria Ceia e música do Rui Filipe é impossível não ter vontade de pular ao ouvi-la!

Uma canção Comercial, da genialidade do Pedro Osório, é uma sátira às convenções da escrita e da composição de canções. Com um papel interventivo, a canção comercial também reflecte o sonho do autor que quer escrever a canção perfeita, que chegue e toque a todos.

Lamento é uma canção que eu sempre cantei em casa. Sempre a ouvi e foi um sonho realizado poder gravá-la. A inevitabilidade da morte e do teatro que pode ser a vida. De João Miguel Sousa e Fernando Reis Júnior em jeito também de homenagem aos autores das ilhas.
 
Tanchão é uma canção tradicional da Ilha de São Miguel que aparece neste disco numa espécie de Lundum. Também com a voz inconfundível de Zeca Medeiros que surge tal Neptuno que se ergue do oceano, Tanchão é daquelas canções da ilha que eu sempre quis cantar e aqui canto a minha versão.
 

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