18/02/2015

RITA BRAGA | Discurso Direto


"Gringo in São Paulo", é este o EP sucessor do aclamado álbum de estreia “Cherries That Went To The Police” (2011) de Rita Braga, que irá chegar às lojas no dia 30 de Março. O Portugal Rebelde esteve recentemente à conversa com Rita Braga e mostra-lhe agora em "Discurso Direto" o resultado desse encontro.

Portugal Rebelde - Enquanto que em “Cherries That Went To The Police” reinterpretou temas oriundos de vários países e em várias línguas, desta vez optou por gravar cinco temas originais e inéditos que compôs no período em que morou no Brasil em 2013. “Gringo in São Paulo” reflete um pouco daquilo que vivenciou no Brasil?

Rita Braga - Sim, diria que este disco é como que uma cápsula de tempo do período em que morei no Brasil. Todas as canções foram lá escritas de raíz, numa altura em que me deixei absorver totalmente pela cidade de São Paulo e ao mesmo tempo ia pesquisando e ouvindo muita música brasileira de vários estilos e períodos, e havia tanto para descobrir. Não foi uma tentativa de fazer música a soar a Brasil, mas as influências estão lá.

PR - O single que dá o nome ao disco é em “ingrês” (em “gringo”). Os outros temas são cantados em português mas em cada um a sua voz ganha um contorno, expressão e sotaque diferente. A atmosfera das canções “exigiam” esse contorno?

RB - Sim, eu tento tratar cada canção de forma diferente. Existe uma componente teatral, tanto no meu trabalho de versões como nos temas originais, e isso passa muito pela voz.

PR - A edição física deste disco que chegará às lojas no final de Março, é um vinil de 7” com os temas “Gringo in São Paulo” e “Erosão”, acompanhado de um download card com os cinco temas que integram o EP. Há alguma razão especial para a escolha deste formato?

RB - Pensei muito qual deveria ser o formato adequado. Ainda tentei contactar umas editoras, mas mais uma vez acabou por ser edição de autor. Estava a deixar o CD para última hipótese; se fosse um vinil de 12 polegadas sobraria muito espaço por ser um EP, e acabei por experimentar um formato híbrido em que há um single de vinil com dois temas, mas com o download card tem-se acesso aos 5 temas do EP (entretanto juntei um tema bónus ao vivo!). Creio que hoje em dia não existem fórmulas quanto ao formato ideal para editar música.

PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizaria este “Gringo in São Paulo?

RB - É uma viragem no meu trabalho: a partir deste disco interessa-me acima de tudo editar composições minhas. Acho que estas canções têm um cunho pessoal e espero que de certa forma original, porque não tentei imitar ninguém, embora as influências sejam vastas.

PR - Os concertos de lançamento deste EP estão confirmados para dia 26 de Março na ZDB e dia 27 de Março no Passos Manuel. Quer falar-nos um pouco destes concertos?

RB - Serão duas ocasiões muito especiais, porque vou contar com participações ao vivo. 95% das vezes toco a solo, mas aproveito algumas situações para chamar outras pessoas. Mais do que a apresentação e lançamento do disco que fiz no Brasil, vou dar a conhecer a minha parceria ao vivo mais recente, com um coletivo de performers que conheci durante uma residência na Suécia e que vêm a Portugal participar nos concertos de lançamento, mas mais detalhes serão revelados em breve.

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