28/02/2015

ROMANA | Discurso Direto


Depois do reconhecimento alcançado com o programa A tua Cara não me é Estranha em que a artista impressionou o país com a dimensão do seu talento, Romana acaba de apresentar um novo álbum. O disco que dá provas de uma maturidade definitivamente alcançada, revela uma cantora descomprometida com o passado, segura e de rédeas bem definidas na sua identidade artística. O Portugal Rebelde esteve à conversa com Romana e desvenda-lhe agora as primeiras impressões deste "tesouro" que é "Primeiro", o disco de uma vida.

Portugal Rebelde - O título escolhido para o seu novo trabalho – “Primeiro” – encerra em si uma rutura sóbria com o seu passado musical?

Romana - Primeiro, é sinónimo de o primeiro álbum desta minha nova etapa neste projeto de música do mundo em que a maioria são fados, que de uma forma muito consciente decidi avançar para o projeto que me completa de forma plena no mundo da música. Foi o que desejei desde sempre, simplesmente não aconteceu logo porque não tinha que ser assim... Para agarrar um projeto desta natureza, tem que se alcançar bastante maturidade e estar por dentro do conceito, não podemos somente ter uma excelente voz, temos que saber o que estamos a cantar para que interpretemos de forma precisa é clara e que faça chegar ao público a mensagem que a música tem e toque no coração das pessoas. Não ponho o passado atrás das costas, pois seria um absurdo renegar tudo o que alcancei até hoje. Para mim é uma evolução na minha carreira em que a mesma tem vindo a dar sinais para o fazer.

PR - “Foi Deus”, tema de Alberto Janes, composto para Amália Rodrigues, foi a canção escolhida para apresentar este disco. Há alguma razão especial para a escolha deste tema?

Romana - Foi Deus, foi o primeiro tema a ser colocado em cima da mesa para este álbum, pois foi dos primeiros temas que aprendi em criança e que me fascinou desde sempre. Foi o tema mais desafiante e simples do disco, pois não estávamos a saber como lhe dar outra roupagem, falando com Maria Ana Bobone para nos ajudar com esboço ao piano para desenvolver ideias, acabou por ficar o "esboço " que a própria enviou, que hoje é um sucesso o tema Foi Deus ao piano.

PR - Para além do tema de Alberto Janes, encontramos neste disco algumas canções bem conhecidas do grande público: “Lá porque tens cinco pedras (Fado Adiça)”, “Trova do vento que passa”, “Formiga no carreiro” entre outros. Sente que estas canções ganharam uma nova “vida” com a sua criatividade e interpretação?

Romana - Sinto que com toda certeza ganharam o melhor de mim, toda a alma mais sentida e profunda foi cantada neste álbum. A entrega foi tal, que em 4h de estúdio gravei os 11 temas quase á primeira todos eles e emocionei me em quase todos.

PR - A produção deste “Primeiro” esteve entregue a Rodrigo Serrão. O resultado final deste disco fica muito a dever-se ao seu trabalho?

Romana - O Rodrigo é um excelente produtor, mas em conjunto com isso é um ser humano maravilhoso, e consegue extrair o melhor de cada um de nós. Depois de tudo estar musicado o Rodrigo disse, tudo isto está muito bom, mas vive muito da voz. E assim foi, dei o meu toque pessoal sem querer copiar ninguém, fui eu mesma do princípio ao fim, por isso sentir que a reação do público está a ser tão bom.

PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizaria este álbum?

Romana - Tesouro.

PR - Para terminar, “Primeiro”, é o disco que sempre sonhou gravar?

Romana - Este é sem dúvida o disco da minha vida, O meu "filho" mais desejado.

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