Signs of the Silhouette são Jorge Nuno (guitarra elétrica) e João Paulo (bateria), aos quais se junta o o artista plástico Miguel Opes. O seu último álbum, “Spring Grove” (Bam Balam Records, 2014), foi e recebeu excelentes críticas, com especial destaque para as que chegaram de além fronteiras. Juntando a exploração sonora ao vídeo, os Signs of the Silhouette elaboram uma narrativa sonora da imagem através da improvisação. Antecipando a apresentação do grupo no Salão Brazil (Coimbra), no próximo dia 13 de Março, estivemos à conversa com Jorge Nuno em "Discurso Direto".
Portugal Rebelde - Antes de mais, posso dizer que Signs of the Silhouette é um projeto de música experimental, que alia o som à imagem filmada?
Jorge Nuno - Sim, a imagem faz parte do processo e apesar de não ser audível num disco esta sempre presente como inspiração para o som que se ouve. Criamos pontes entre a filosofia da imagem e a teorização do som. Utilizamos o método da “redução fenomenológica”, um processo em que tudo é informado pelos sentidos e mudado num experimento de consciência.
PR - É verdade, que ao quarto álbum os Signs of the Silhouette catapultam as suas tempestades psicadélicas para outros horizontes?
JN - “Spring Grove” é uma outra abordagem do som. Envolve cor, temperatura, etc. Vai para lá dos conceitos de sombra, traço, território, marca, que sentimos nos outros registos. É algo contínuo, fluente. Um mantra psicadélico de vários instrumentos,e sim catapulta nos para um outro universo de som e imagem.
PR - Luís Peixoto escreveu recentemente na Blitz que este “Spring Grove” é um furacão cujo epicentro se localiza naquele espaço onde a se cruzam o psicadélico, o Krautrock e a música de vanguarda. Esta é uma “leitura” atenta deste disco?
JN - Sim, o Luís Peixoto leu muito bem o disco e descreveu o de forma sucinta ,o psicadelismo está bem presente no trabalho como um todo, o Krautrock é uma influencia muito presente neste tipo de imagética, a música de vanguarda vem do passado como influencia dos sentidos.
PR - “Spring Grove” é composto por quatro longos temas. A disponibilidade para quem escuta este disco tem de passar muito para além do divertimento?
JN - A música cria sensações e emoções diferentes de pessoa para pessoa , enquanto interpretes é nos difícil definir se o nosso estado de exploração é abusivo ou de difícil leitura para quem o vai ouvir, mas sim este tipo de som também muito devido a construção do tema, exige bastante concentração e dialogo permanente entre as variantes envolvidas ,pois a busca é constante e a ideia é desfragmentada ou ás vezes fica inacabada partindo para outra criação e por ai em diante.
O video "Wandering Son" é da autoria de Miguel Cravo.
1 comentário:
o video Wandering Son que ilustra a entrevista do Portugal Rebelde é da autoria de Miguel Cravo
Enviar um comentário