“Planos Para o Futuro” é o nome do primeiro disco longa duração de Chibazqui, editado pela NOS Discos.
Tudo começou com um erro, mas a coisa acabou por dar certo: era para ser Chinaski, um roubo descarado a Bukowski, mas alguém se enganou a teclar e escreveu “Chibaski” – daí ao aportuguesamento desavergonhado foi um pequeno passo.
Ficou Chibazqui, nome estranho e sem significado, e em seu redor formou-se a banda, partindo do princípio de que é preciso lidar tranquilamente com o erro, cuidar dele e fazer com que cresça saudável e funcional.
Tranquilamente não é um advérbio de modo aplicado aqui por conveniência menor: ele surge por necessidade. A tranquilidade é um elemento fundamental na história ainda curta dos Chibazqui, um quarteto cuja ambição maior é fazer tudo com vagar, sem complicar, evitando ao máximo a preocupação e a ansiedade.
E foi assim que, calmamente, Diego Armés (ex-Feromona), C de Croché, Filipe Sambado (Cochaise) e Silas Ferreira (Pontos Negros, Os Náufragos) foram construindo um álbum, canção após canção, sem forçar a música nem obrigar a lírica: tudo fluindo naturalmente. Se não fluiu, deixou-se a descansar, a amadurecer, e um dia destes talvez se volte lá – mas sempre sem obrigação de o fazer, o segredo é não planear demasiado.
Perante um plano tão simples, decidiu-se que seria absolutamente lógico e da mais elementar justiça chamar-se ao disco “Planos para o futuro”, título de uma canção onde se expõe abertamente o objectivo fundamental chibazquiano: “eu só quero viver devagar, morrer já velhote a contemplar as ondas”.
Neste conjunto de canções encontram-se viagens nostálgicas, férias adolescentes fervilhantes, recordações de infância, retratos do quotidiano, um pouco de absurdo e a satisfação de ir levando a vida com serenidade – ou a surpresa por se ir amadurecendo com prazer.
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