Durante anos conhecemo-lo como O Cão da Morte. Depois de dois anos a escrever novas canções e a tocar pelo país inteiro, Luís Severo revelou em 2015 "Cara d'Anjo", o seu quarto longa duração, um disco que figurou em muitas das listas dos melhores do ano. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado Luís Severo.
Portugal Rebelde - No tema homónimo deste disco cantas: “Ao menos agora estás diferente / nos vinte anos que te sabem a velho / se ainda és adolescente / o espelho ainda não te trouxe a paz”. Sentes que mudaste nos últimos anos?
Portugal Rebelde - No tema homónimo deste disco cantas: “Ao menos agora estás diferente / nos vinte anos que te sabem a velho / se ainda és adolescente / o espelho ainda não te trouxe a paz”. Sentes que mudaste nos últimos anos?
Luís Severo - O meu trabalho sempre se pautou por mudanças constantes. Passei a vida toda a mudar e continuarei a mudar sem problemas. Como diz o meu amigo João Coração, eu não temo que "a aparência perca o seu lugar".
PR - “Cara d´Anjo” é o teu primeiro disco com a assinatura de Luís Severo. Esta é a razão para não ficares colado ao Cão da Morte, nome que escolheste aos 16 anos?
LS - Sim, a partir de agora sou só eu, uma pessoa a quem chamam pelo nome. Podia ter sido o Luís Gravito, apelido do pai, mas preferi ser o Luís Severo, apelido da mãe. Sempre me chamaram Gravito na escola. Espero que agora comece a ser o Severo, apelido menos cansado que é tão meu quanto o outro.
PR - João Bonifácio escreveu no Ipsilon, que tens um jeito de cruzar melodias- e uma pinta e um charme que se situa entre Gainsbourg e António Variações. Como é que sentes neste “retrato”?
LS - Sinto-me contente, muito contente! Gosto muito do Variações e do Gainsbourg! Mas eu quero é ser eu próprio e espero que isso com o tempo vá ficando mais claro.
PR - É verdade que todos os teclados que se ouvem neste “Cara d´Anjo” são um bom molde daquilo que queres que seja a tua componente melódica?
LS - Sim, muitos dos teclados sim. Por exemplo, o teclado da Santo António que eu considero meio fúnebre, meio sexy, instantâneo e parido das entranhas… talvez seja um bom molde.
PR - Numa frase apenas como caracterizarias este “Cara d´Anjo”?
LS - É um disco pop com canções que ficam no ouvido e que está cheio de camadas: a camada fofinha, a camada densa, a camada deprê, a camada gozona… e cada um ouve como quer.
PR - “Cara d´Anjo” é uma das escolhas que figura nas listas dos melhores de 2015. O Portugal Rebelde elegeu-o como o 2º melhor disco do ano. 2015, é para ti definitivamente um ano de crescimento?
LS - Acho que todos os anos são anos de crescimento. 2015 foi acima de tudo um ano muito feliz para mim, e só tenho de me sentir abençoado por todas as pessoas que me acompanharam na minha vida pessoal e profissional. Foi o ano mais feliz da minha vida!
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