02/03/2016

PEIXE : AVIÃO | Discurso Direto


Os peixe : avião acabam de editar o seu quarto álbum de originais, "Peso Morto". Hoje no Portugal Rebelde recebemos o quinteto barcarense, que em "Discurso Direto" nos apresentam o seu novo trabalho.

Portugal Rebelde - Gonçalo Frota, escreveu recentemente no Ípsilon que “é como se esta música fosse o que restasse do rock depois de dinamitado”. É mesmo assim?

Peixe : Avião - Podemos encontrar alguns pedaços de “rock” espalhados pelo chão, que depois foram assemblados com mais outras coisas que estavam perdidas entre os escombros…Se calhar é um disco algo indefinível, nesse sentido, ou então é a banda que está irreconhecível em relação ao seu início… Mas segundo o Gonçalo, algo explodiu.

PR - É verdade que os Peixe : Avião soam hoje a um grupo instrumental que, por acidente tem na voz um dos instrumentos?

Peixe : Avião - Não… não nos consideramos um grupo instrumental e a voz, por mais que seja tratada como instrumento neste disco, sempre esteve por desígnio e tem um papel fundamental na identidade da banda. A lírica é um componente essencial dos peixe : avião e dificilmente desaparecerá no futuro.

PR - Apesar da capa eletrónica deste “Peso Morto” a intensidade do rock continua presente?

Peixe : Avião - Sim, mais até ao vivo, creio. Apesar dessa componente electrónica ser cada vez mais evidente, este até é um disco com guitarras mais presentes do que o homónimo. Ao vivo isso nota-se ainda mais e a música ganha ainda mais essa intensidade de que falas.

PR - “Quebra” foi o single de apresentação deste disco. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste “Peso Morto”?

Peixe : Avião - É uma música que, por um lado capta a densidade e o “mood” do disco, com o instrumental arrastado, mecânico e repetitivo, e por outro lado, tem a estrutura mais próxima do formato canção, que permite que tenha algum airplay, o que era essencial nessa fase de apresentação do disco. O segundo single, “Miragem”, já mostra a componente mais rock do disco, tendo também uma estrutura relativamente próxima dos canones do pop-rock. Os restantes temas, por muito que gostemos deles e por muito que possam representar o disco, têm estruturas mais livres e por isso mais dificilmente passariam nas rádios.

PR - Apresentaram recentemente em palco este novo disco. Como é que o público recebeu as novas canções?

Peixe : Avião - Muito bem! Há sempre algum nível de incerteza sobre a receptividade de novos trabalhos... estamos tão por dentro do processo, que é difícil para nós imaginarmos como é que o público vai receber as músicas e o concerto. Nos concertos testámos uma nova disposição em palco e um novo desenho de luzes e cenografia, concebido pela Side Effects. Os temas saem mais musculados e mais eléctricos do que no disco. Há bastante espaço para improvisação sobre os temas, por isso os concertos acabam por ser sempre diferentes. Tivémos a sorte de termos tido 3 casas entre o esgotado e o muito composto, por isso não podíamos estar mais satisfeitos. Os próximos serão no dia 26 de Maio no auditório da FEUP no Porto e no dia 18 de Junho em Loulé, mas entretanto divulgaremos mais datas.

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