17/11/2016

PEDRO E OS LOBOS | Discurso Direto


"Este chão que pisamos" é o titulo do novo disco de Pedro e os Lobos, que sublinha um caminho musical esteticamente marcado pela interligação de várias culturas e linhas musicais na busca de uma sonoridade própria. Tendo as guitarras como figura central das suas composições, Pedro Galhoz continua a mostrar neste disco a sua paixão pela mistura de diferentes culturas, pelas bandas sonoras, pelo deserto e pelos clássicos da música americana que convivem aqui em harmonia com a lusofonia na palavra e no sentimento. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado Pedro Galhoz.

Portugal Rebelde - “Componho para vozes que admiro e são elas que dão vida ás minhas canções”, pode ler-se no press release deste disco. É isto que podemos descobrir no álbum “Este chão que pisamos”?

Pedro Galhoz - Sem dúvida, sempre que componho uma nova música tento imaginar a voz para essa música, por vezes áspera, por vezes doce, perfeita ou imperfeita é a voz que completa a alma da música que produzo.

PR - De que é que nos falam as canções deste disco?

Pedro Galhoz - De um modo geral são relatos da observação que faço do mundo que nos rodeia. De um modo mais particular, descrevo histórias de personagens, como por exemplo nas canções “ Sei de um génio “, “ O tempo é ferro “ ou “ As ruas de Lisboa “, outras falam de algo mais Universal que são os sentimentos gerados pelas situações em que por vezes nos encontramos, como por exemplo a canção “ Um dia assim ” foi inspirada na tragédia dos refugiados e. de um modo geral, em todas as pessoas que de um momento para o outro se viram sem nada e obrigadas a partir para o desconhecido, a canção “ Num sonho azul “ fala da necessidade de mantermos os sonhos vivos e lutarmos pelo que acreditamos. Escrevo sobretudo para o que cada música me pede e tento vestir a música com palavras que contem uma história.

PR - Há alguma canção neste disco que o toque em particular? Porquê?

Pedro Gallhoz - É difícil para o compositor tratar as suas obras de forma desigual, gosto de compor e gosto de tratar a minha obra com respeito, nada aqui é de plástico, apenas toco as notas que me apetece tocar num exercício de liberdade total, é assim que vejo toda a minha obra, portanto em cado momento, cada uma tem o seu espaço e a minha preferência.

PR - Numa frase como caracterizaria disco?

Pedro Galhoz - Uma incessante vontade de caminhar.

PR - Peso da Régua é uma das primeiras cidades a receber as canções deste disco. O que é que o público pode esperar deste concerto?

Pedro Galhoz - É a primeira vez que tocamos no Peso da Régua, fica a promessa de tocarmos grande parte deste novo disco, mas também reviver um pouco de toda a história de Pedro e os Lobos.

PR - Para terminar, esta vontade de fazer música entre amigos é para si um mundo quase perfeito?

Pedro Galhoz - Caminhamos a passos largos para uma espécie de fim e eu acredito que a arte livre é uma das poucas coisas na vida que nos liberta verdadeiramente, por isso luto no meu dia-a- dia para continuar um artista livre entre amigos neste mundo quase perfeito.


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