No ano que passou e numa ação inédita em Portugal os D’Alva propuseram-se a compor, produzir e gravar um single sob o olhar atento e critico da internet e através de Livestream, com a interação entre banda e fãs em tempo real, sugestões do público, convidados que ora conversaram ora colaboraram (sendo um deles o rapper Sir Scratch).
O processo, com o apoio da Tradiio, visava estreitar a distância entre quem cria uma canção e quem a recebe, espelhando-se até na letra a natureza comunitária do LiveStream.
Uma letra cujo espírito se resume no refrão: “Se estar certo é munição, de que vale ter razão? Que o amor seja a missão” e que surpreendentemente (ou não) aparece quase como que por oposição aos acontecimentos recentes, repletos de confusão e desinformação, e onde infelizmente "ideas trump people".
O resultado disto tudo é a “salada de fruta” que os D’Alva teimam em produzir com um toque do Pop 90’s, um piscar de olhos à soul, e aos Golliraz de Damin Albarn (em particular quando as rimas de Sir Scratch tomam as rédeas) num registo “seriamente fun”.
Quando chegou a altura de traduzir a música em vídeo fez todo o sentido dar seguimento ao lado humano que permeou o projecto, algo que agregasse ao invés de espalhar, algo que colocasse no centro da narrativa as pessoas por detrás das palavras, das ideias, dos perfis sociais, em toda a sua diversidade, em particular as pessoas com quem a banda cultivou algum tipo de afinidade, e que prontamente responderam ao desafio de segurar as palavras que tantas vezes servem de arma de confronto, divisão e segregação e que aqui se esperam de conforto, união e celebração do que nos une independentemente de género, etnia, confissão de fé, orientação sexual, idade, estrato social, ocupação, ou classe: o Amor. Que seja esta a missão.
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