19/03/2017

HÁ LOBOS SEM SER NA SERRA | Discurso Direto

“Cantares do Sul e da Utopia”, é este o título trabalho musical e artístico que junta Buba Espinho, David Pereira, António Bexiga e Cristina Viana. Um grupo, que parte das modas e canções a sul do Tejo para criar o seu repertório. Do cante polifónico do Alentejo, recentemente classificado pela Unesco como património da Humanidade, às violas campaniças, passando pela exploração contemporânea de sonoridades tradicionais,  Lobos Sem Ser na Serra anda pelas terras do Sul com uma mão no passado e outra no futuro.

Portugal Rebelde - “Cantares do Sul e da Utopia” é um disco onde celebram a liberdade e o sonho ao sul de Portugal?

Há Lobos Sem Ser Na Serra - Claramente. Este disco é um apelo a uma sociedade mais aberta, onde há espaço para todos, sem construções de muros entre os povos, sem divisões.
Apelamos a isso através da arte, que une o que a vida separa. Antes de sermos músicos, ou artistas visuais, somos transmissores de uma ideia, de uma cultura.

PR - Há Lobos Sem Ser na Serra, anda pelas terras do Sul com uma mão no passado e outra no futuro. Esta é mais uma forma de homenagear o cante alentejano?

Há Lobos Sem Ser na Serra - O cante é a nossa vida, uma forma de a viver também. E queremos pô-lo no topo da música tradicional portuguesa ao nível do fado. A nossa forma de o homenagear é mostrar ao público que o cante pode ser trabalhado em várias áreas sem o desvirtuar, mantendo e respeitando a vertente tradicional.

PR - “Afã” foi a canção escolhida para single de avanço deste disco. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste álbum?

Há Lobos Sem Ser na Serra - Sem dúvida, escolhemos este tema para ser single, pois remete-nos para as raízes da nossa cultura e como o nosso álbum é uma história, faria todo o sentido começar pela raiz.

PR - Numa frase como caracterizariam este “Cantares do Sul e da Utopia”?

Há Lobos Sem ser na Serra - Eu defino este disco com uma das modas que cantamos : "Que bonito que seria se houvesse compreensão / os homens não se matavam e davam-se como irmãos". Este é o conceito deste projecto que como já disse é um apelo a um mundo melhor e mais aberto, com espaço para todos .

PR - À música, a artista visual Cristina Viana, junta o desenho de ilustração ao vivo. Querem desta forma transformar o espetáculo num momento único?

Há Lobos sem Ser na Serra - Sem dúvida. A ideia deste projecto é juntar as várias identidades enquanto artistas num todo. O cante tradicional através de Buba Espinho e David Pereira. A roupagem mais moderna e experiente do Tó Zé Bexiga. E o fantástico desenho digital da Cristina Viana. Somos um quarteto versátil e foi fácil unir estas áreas.

PR - Já tiveram a oportunidade de apresentar em concerto as canções deste disco. Qual foi o “feedback” do público?

Há Lobos Sem Ser na Serra - O feedback tem sido muito positivo, derivado à originalidade. A arte sobrevive através de projectos originais e nós temos a sorte de ter um conceito bastante original, que nos diferencia de outros projectos em torno da música tradicional. E iremos continuar a trabalhar sobre este feedback que para nós tem sido um empurrão enorme.

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