João Nada é o escritor de canções que existe em João Sobral, amador indisciplinado que nos últimos anos tem deambulado à socapa por várias disciplinas artísticas sem nunca se deixar assentar em nenhuma. A música – mais concretamente as canções – foi uma das suas primeiras aventuras e é onde vai sempre regressando com renovada excitação.
“Com a Banda do Clube Social da Boavista” é mais um desses regressos mas nem o chega bem a ser, já que é à distância que João Nada finalmente nos revela estas cinco canções gravadas no final de 2014 nos estúdios da Bau.Uau, em Aveiro, precisamente uns meros dias antes de se ter posto distante.
Na origem destas gravações está a formação de uma banda motivada e vagamente inspirada pela descoberta da música do japonês Tori Kudo e do seu projecto Maher Shalal Hash Baz. A vontade de voltar às canções que tinha escrito entre 2011 e 2013, e de lhes dar uma nova vida que não se limitasse à habitual configuração solitária de voz e viola, concretizou-se quando João Nada juntou aquela que mais tarde se veio a chamar de Banda do Clube Social da Boavista.
O desafio era apresentar as canções em palco ao mesmo tempo que cada elemento da banda ia descobrindo um novo instrumento.
João Sarnadas foi o primeiro a juntar-se com o seu velho trombone, Tomás Canha atirou-se pela primeira vez a uma bateria, Tito Frito apareceu do nada com um trompete na mão, e Tomé Duarte – que acabou por não estar presente nas gravações mas que foi também importante no processo que levou à existência deste EP – quis praticar o seu clarinete desobediente.
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