À beira da sétima edição do TRC Zigurfest, recebemos hoje em "Discurso Direto" Afonso Lima, um dos programadores deste Festival, que revela Lamego como um dos mais importantes "palcos" da nova música nacional.
Portugal Rebelde - O TRC Zigurfest está de volta a Lamego de 31 de Agosto a 2 de Setembro, sob o signo da descoberta, do novo e do desafiante. Estas são as grandes “coordenadas” para a sétima edição deste Festival?
Afonso Lima - Sem dúvida! Na linha do que temos vindo a procurar desde a primeira edição do TRC ZigurFest chegamos à 7ª edição do TRC ZigurFest tendo essas coordenadas como mote da experiência que pretendemos proporcionar ao público. Participar no TRC ZigurFest significa vir descobrir a cidade de Lamego, e o que ela tem para oferecer, explorando os seus recantos e segredos, para encontrar novas propostas da música portuguesa. Com isto pretendemos desafiar o publico a participar numa proposta cultural diferenciada – que não se esgota na música –, em espaços inusitados e com uma programação saudavelmente arriscada pela vontade de fugir ao óbvio.
PR - A aposta do ano anterior em alargar o Festival a outros lugares da cidade, vai ter continuidade este ano?
Afonso Lima - Este ano vamos um mais longe neste alargamento, dando continuidade ao que apresentamos no ano anterior. Começamos logo por fazer um Dia Zero, onde levamos vários concertos a espaços como o Museu de Lamego, o Museu Diocesano e a belíssima capela do Desterro. Temos um dia completamente programado na parte alta da cidade, nomeadamente no Castelo e no Parque Isidoro Guedes, e nos dias seguintes deslocalizamos um palco para a zona do Castelo. De forma complementar, a iniciativa ZONA incorpora também um conjunto de instalações sonoras em espaços emblemáticos como os Claustros da Sé, a Torre do Castelo, a Cisterna do Castelo e uma das salas do Museu de Lamego.
PR - Se tivesse que recomendar apenas um concerto na edição deste ano, qual seria?
Afonso Lima - Na nossa programação acreditamos que é a experiência do todo, o conjunto de 28 concertos sequenciais, que são nossa maior recomendação, daí que procuramos evitar a sobreposição. Nesse sentido torna-se muito difícil propor apenas um. Mas tentado responder ao desafio com 4 concertos (um por dia), confesso-me expectante pelo concerto de Luca Argel na Capela do Desterro no dia 30 de agosto, o concerto do lamecense LYFE na Alameda do Castelo no dia 31, e os de Harmonies (dia 1) e Alek Rein (dia 2) ambos no auditório do Teatro Ribeiro Conceção.
PR - Por todas as razões, o TRC Zigurfest vai continuar a ser um Festival “especial” em 2017?
Afonso Lima - O TRC ZigurFest é um festival, para nós especial, pela oportunidade que temos de apresentar novos artistas, dos quais gostamos imenso, numa cidade que nos é tão querida como Lamego. Acreditamos que o que torna este festival especial é, em grande parte, a envolvência das gentes de Lamego que se manifesta numa capacidade única de saber bem receber e num ambiente absolutamente cativante. Isso, aliado a uma escolha de artistas que proporcionem concertos de enorme qualidade, são as condições que já estão asseguradas para que o TRC ZigurFest continue a ser especial.
PR - Às portas da sétima edição como é que avalia o crescimento do TRC Zigurfest?
Afonso Lima - O TRC ZigurFest nasceu de algo tão simples de um sonho de adolescentes de ter um festival de música na sua terra natal, e que se tornou possível pelo Teatro Ribeiro Conceição ter acreditado que era possível e dado meios para o realizar. O festival cresceu movido sempre por essa mesma inquietude de querer sempre mais, sem tentar dar passos maior que a perna. Daí que considero que tem vindo a crescer de forma sustentável. Hoje temos também a convicção que há neste TRC ZigurFest, e no seu futuro, espaço para continuar a alimentar esse sonho.
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