06/11/2017

SURMA | Discurso Direto


Em dois anos e meio, Débora Umbelino levou o seu projecto solitário de exploração de sons, Surma, até sete países em mais de 150 concertos. Tinha apenas o single “Maasai” quando começou a gravar o disco de estreia e todo o caminho traçado até aquela altura lhe parecia um período zero que a tinha deixado apenas com vontade de avançar ainda mais numa demanda cada vez mais sua. Surma, é hoje é minha convidada "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - É verdade que o teu registo de estreia “Antwerpen”, foi preparado como se estivesse num laboratório, observando cada reacção sonora de cada nota e de cada instrumento, criando a partir daí?

Surma - Posso dizer que sim. O álbum foi produzido juntamente com a Casota Collective (3 elementos dos First Breath After Coma) e costumo dizer que este álbum tanto é meu como é deles! Foi uma experimentação incrível e um estudo tão genuíno de cada som que ouvíamos que sentimos que fazia parte do Mundo que queria criar desde o início do projecto! Temos sons de papel a ser embrulhado na mão a fazer de percussão, castanholas a cair a marcar o tempo, batidas em mesas de madeira….tudo muito terra à terra. Sempre me deu um gozo enorme em usar materiais do nosso dia-a-dia como instrumentos.

PR - Este é o disco que um dia sonhaste gravar?

Surma - Nunca pensei que iria dar este resultado final. Fiquei muito feliz e muito orgulhosa assim que ouvi o álbum finalizado. Posso dizer que este sempre foi o disco que sonhei gravar. Não voltava nada atrás nem mudava nada. 

PR - “Hemma” foi o “cartão de visita” para este “Antwerpen” Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco?

Surma - Acho que cada tema do álbum caracteriza o disco de uma maneira muito própria! “Hemma” foi escolhida para primeiro single porque achámos ser a música que entrasse melhor à primeira para as pessoas e que mostrasse um pouquinho do que iria ser o Mundo novo de Surma. Todos os temas são muito diferentes uns dos outros mas acabam por se ligar bastante bem e criando uma história muito coesa entre eles. Se ouvirmos o álbum do início ao fim sem paragens, é um história que se cria entre todos os temas. Daí haver um espírito diferente e de uma maneira muito singular para cada tema.

PR - Já começaste a digressão de apresentação deste disco, e não vai abrandar tão cedo. São mais de trinta datas entre Portugal, Espanha e França. O que é que público pode esperar de um concerto teu?

Surma - Pode esperar uma viagem de olhos fechados e muita experimentação e improviso ao vivo (risos)!

PR - Numa frase como caracterizarias este “Antwerpen”?

Surma - Pergunta difícil…Posso dizer que é uma viagem nostálgica a um Mundo a que cada pessoa interpreta como só seu!

PR - Para 2018, tens já garantida a participação no festival norteamericano SXSW, em Austin (Texas), a ter lugar na segunda quinzena de Março, em Austin (Texas). Como é que olhas para tudo isto?

Surma - Ainda não acredito que vou à América tocar ahah! Já tinha sonhado ir lá em modo turista, nunca na Vida em ir lá como artista! Foi das melhores notícias que recebi até hoje, nem quis acreditar assim que soube! Foi mesmo incrível saber que vou a um dos festivais que mais admiro e em que conheci maioritariamente as minhas maiores influências. Sinto-me muito feliz e com um sentimento muito gratificante de poder representar Portugal nos USA!


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