26/05/2018

BASSET HOUNDS | Discurso Direto


O quarteto lisboeta Basset Hounds voltou a amatilhar-se para compor “II”, o seu segundo registo de originais, com o selo da Pontiaq. A banda deu os primeiros passos em 2012 quando António Vieira, entre caminhos de amizade em comum dos tempos de liceu, se junta a três novos elementos. A partir de então os Basset Hounds fazem-se ouvir, pela mão de Afonso Homem de Matos na bateria e como voz secundária, António Vieira na guitarra e também como voz secundária, José Martins no baixo e Miguel Nunes na guitarra e como voz principal. As canções deste novo trabalho são apresentadas no próxio dia 1 de Junho na Casa Independente, em Lisboa.

Portugal Rebelde - Como é que foi o processo criativo deste Segundo disco?

Basset Hounds - Foi muito semelhante ao do primeiro álbum, inicialmente feito a quatro e da forma mais democrática possível. Sem imposições, as ideias são trazidas de forma natural para a sala de ensaio. Como num diálogo: há sempre alguém que introduz o tema mas uma conversa é rica se levar consigo as opiniões de cada um. Aliás, só assim faz sentido para nós. A necessidade de procura e descoberta foi a mesma do primeiro álbum mas agora com outras vivências, o que determina que a mesma abordagem criativa do primeiro álbum culmine em canções diferentes. A diferença para o primeiro foi termos contado, a certo momento da composição, com a participação de pessoas muito bonitas e que extravasam a formação inicial da banda. Tivemos a sorte de ter o Francisco Menezes (Gapura) a tocar saxofone, o David Alves (Gnu Vai Nu) a tocar violino e o André Isidro (TEKUNO/Duck Tape Melodies) nos teclados e sintetizadores.

PR - Este é um disco que cresceu lado a lado com a banda, tanto a nível pessoal como musical?

Basset Hounds - Sim. As músicas só existem porque são o resultado das experiências individuais e colectivas da banda. As coisas pelas quais vamos passando enquanto banda deixam sempre marca na nossa postura na música e nas próprias canções. A experiência dos concertos dados, os contactos com outras bandas, as pessoas que temos conhecido e com quem temos trabalhado... O próprio lugar onde ensaiamos mudou três vezes no último ano até finalmente nos fixarmos no FRASCO, onde estamos agora. São tudo coisas que mesmo que de forma pouco aparente estão espelhadas no que fazemos. Comparativamente com o trabalho anterior, neste segundo álbum, as experiências individuais acabaram por convergir em realidades mais homogéneas.

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste “II”?

Basset Hounds - Cada música tem uma essência diferente e representa algo diferente, não havendo nenhuma música que contenha em si todo o "espírito" do álbum, que resultará do conjunto das partes. No entanto, por serem as músicas que talvez contenham a maioria dos elementos constituintes deste álbum arriscamos escolher, por exemplo, a Condor e a SIF.



PR - Este disco será apresentado no próximo dia 1 de Junho na Casa Independente, em Lisboa. O que é que o público pode esperar deste concerto?

Basset Hounds - Depois de algum tempo sem dar concertos temos muita vontade de voltar a tocar ao vivo, particularmente em Lisboa, de onde somos. Podem esperar ouvir as novas músicas com a dinâmica diferente que estas ganham ao vivo, será uma das primeiras ocasiões em que as tocaremos e até nós estamos curiosos. Mesmo sendo um concerto para mostrar o «II» contamos levar algumas canções do primeiro álbum. Para além disso é uma oportunidade única de verem todos os familiares da banda reunidos na mesma sala.

PR - Numa frase como caracterizariam este "II”?

Basset Hounds - É o seguimento pouco óbvio mas coerente do primeiro. Ou então aquela de apanhar pedras no caminho e de construir um castelo.

PR - Para terminar, a que se fica a dever a escolha de Basset Hounds para nome deste projeto?

Basset Hounds - Há quem diga que numa vida anterior fomos todos um Basset Hound. Os quatro todos juntos fomos um Basset Hound muito grande, um Basset Hound megazord. E que quando compusermos o álbum perfeito nos voltaremos a unir nesse cão gigante e comeremos todo o plástico dos oceanos, salvando milhões de vidas marinhas. Os mais cépticos acreditam que seja uma referência a um episódio do Fresh Prince of Bel Air e ao facto de os Basset Hounds conciliarem o ar pachorrento com o serem caçadores. De forma semelhante as nossas músicas por vezes combinam o embalo com o impulso.


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