16/07/2018

LINDA MARTINI | Discurso Direto


Gravado na Catalunha entre Outubro e Novembro de 2017, com produção da própria banda e Santi Garcia, o quinto e homónimo longa duração dos Linda Martini parece não querer perder tempo, a começar pela capa. À eterna questão “Quem é a Linda Martini?” a banda responde com um retrato a óleo da rapariga italiana a quem pediram emprestado o nome no início dos anos 2000. “Linda Martini"” é abrasivo, trazendo à memória “Casa Ocupada” pela sua urgência e descontrolo, mas revela um equilíbrio cada vez maior desses elementos com o ritmo, a melancolia e o intimismo do seu antecessor.  "Linda Martini" soa a disco feito por quatro cabeças entre quatro paredes, sem medo que se oiça do lado de fora. E isso não é dizer pouco.

Portugal Rebelde - Acabam de apresentar dois singles e um duplo vídeo para os temas “É só uma canção” e “Quase se fez uma casa”. De que é que nos falam estas canções?

Linda Martini - “É só uma canção” foi a primeira letra que escrevi para o disco. Fala da folha em branco, da dificuldade de construir uma coisa nova quando não nos queremos repetir. Como foi a primeira, foi a mais difícil de “parir” e a letra fala dessa dificuldade, da nuvem negra a pairar sobre a minha cabeça. Mas acaba concluindo que é só uma canção, não vale a pena dramatizar, há-se sair quando sair. A segunda fala do fim anunciado de uma relação. Quando tudo parece ruir. Daí a metáfora com a casa em obras que nunca chega a ser acabada.



PR - Na vossa agenda estão marcados dois momentos muito especiais: Festival Curtas de Vila do Conde (21 de Julho) e Vodafone Paredes de Coura (15 de Agosto). O que é que o publico pode esperar destes dois espetáculos?

Linda Martini - No primeiro vamos fazer a banda sonora para o filme “le coquille et le clergyman” de Germaine Dulac que é considerado o primeiro filme surrealista. Vamos estar a tocar ao vivo em simultâneo com a projecção do filme. Deu-nos muito gozo fazer isto. Tudo o que se vai ouvir foi composto pelos 4 especificamente para este filme. É uma coisa única e irrepetível. Paredes é especial para nós. Acho que é o festival a que fomos mais vezes, como espectadores e como músicos. Vai ser a quarta vez que pisamos aquele palco mas quando subimos lá acima e olhamos para o anfiteatro ficamos sempre rendidos. Já estamos em bicos de pés a contar os dias. 

PR - Gravado na Catalunha entre Outubro e Novembro de 2017, este quinto album homónimo conta com produção da própria banda e Santi Garcia. É verdade que álbum após álbum, dão passos seguros no sentido de se tornarem uma das maiores bandas de rock do país?

Linda Martini - Não nos cabe a nós dizer isso. Não somos de balanços nem de antevisões. Fazemos o que gostamos e sentimos que disco após disco temos ganho público e temos recebido críticas elogiosas. O mais importante é continuarmos a gostar de fazer música juntos.

PR - Para terminar, que memórias guardam desta (já longa) tour de apresentação deste disco?

Linda Martini - Guardamos muitas e boas memórias. Começou ainda antes do lançamento do disco, com o Rumble in The Jungle, tour que fizemos com o Legendary Tiger Man. Aí tocámos pelas primeira vez as canções do disco ao vivo em vários clubes de norte a sul do país e acabámos a festa em Dezembro de 2017 no Coliseu. Toda essa tour foi mágica, pela amizade que criámos entre todos (músicos e equipa) e pelo feliz casamento do som de ambas as bandas. A nossa tour em nome próprio ainda está em marcha e felizmente temos muitas datas até ao final do ano. Por todas as salas onde passámos fomos muito bem recebidos. Acho que não consigo destacar um único concerto porque todos, sem excepção, têm sido incríveis.


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