31/03/2020

PEDRO DE TRÓIA | Discurso Direto


À procura de se reconciliar consigo mesmo, Pedro de Tróia editou recentemente o seu disco de estreia a solo. Depois de encabeçar uma das bandas mais criativas que a música portuguesa conheceu - Os Capitães da Areia - o cantor e compositor apresenta um incomum e assinalável trabalho, repleto de delicadeza e generosidade, com a elegância pop que o caracteriza, como fio condutor para uma descoberta que também é nossa. Ao longo de dez canções, oferece-nos muito do que sonhou, do que perdeu, aquilo por que lutou e o que aprendeu. Pedro de Tróia é hoje meu convidado em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - No press release deste disco, Nuno Miguel Guedes escreve que esta «colecção de canções reabilitou sem medo uma palavra em desuso, esquecida injustamente nestes tempos difíceis de barricadas e poucas pontes. E essa palavra é candura.» É mesmo assim?

Pedro de Tróia - O Nuno presenteou-me com um texto honesto e sou-lhe grato por isso. Volta e meia entramos em ruas de sentido único plenamente convencidos de que a placa está ao contrário e não nós. Da mesma forma que avançamos a fundo para becos sem saída, acreditando que não há de ser bem assim e que há de haver uma forma de atravessar. Se, aos ouvidos do Nuno, as minhas canções reabilitaram a palavra candura, então o texto do Nuno ajudou-me a compreender por que julguei que a placa estivesse ao contrário e por que razão vou atrás de tudo aquilo com que sonho.

PR - “Depois Logo Se Vê” é um disco à flor da pele, confessional?

Pedro de Tróia - Sim. Creio que as canções falam por mim.

PR - Muitas das composições deste disco bebem muito no legado da música moderna portuguesa dos anos 80. Esta é uma década “especial” para si?

Pedro de Tróia - É uma década tão especial quanto as seguintes, mas nasci em 88 e a minha educação musical deve-se às músicas que os meus pais gostavam de ouvir.

PR - Qual é o tema que melhor reflete o “espírito” deste disco?

Pedro de Tróia - Dias Claros.

PR - Numa frase como caracterizaria este disco de estreia?

Pedro de Tróia - “Depois Logo Se Vê” porque agora me basto assim.




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