Arranca amanhã na cidade de Viseu o festival Que Jazz é Este? Na sua oitava edição, este Festival aposta em cinco dias não consecutivos, sempre à quarta-feira: 22 de Julho, 12 e 26 de Agosto, 9 e 30 de Setembro. Ana Bento, um dos elementos da organização do Festival Que Jazz é este? é hoje minha convidada em "Discurso Direto".
Portugal Rebelde - O festival Que Jazz é este decorre este ano em cinco dias não consecutivos, sempre à quarta-feira: 22 de Julho, 12 e 26 de Agosto, 9 e 30 de Setembro. Esta é a resposta possível para o momento que todos nós atravessamos?
Ana Bento - Sim, esta é a resposta que desenhámos para não deixarmos cair a edição deste ano e desta forma, contribuirmos quer para a dinâmica do sector cultural do ponto de vista da actividade dos artistas envolvidos que estavam já agendados, quer para a promoção de encontros e experiências possíveis entre os mais variados públicos e a música, quer para contribuirmos, em segurança e com responsabilidade, para o bem estar e felicidade das pessoas.
PR - Quais são os grandes destaques desta oitava edição?
Ana Bento - Com pilares tão distintos quanto fundamentais e com concertos de índoles tão diversas, é difícil enumerar destaques. Em termos de concertos podemos talvez destacar por blocos: os projectos de músicos incontornáveis como Carlos Bica e Mário Laginha, um a abrir, o outro a fechar o festival, os projectos com a prata da casa, Miguel Rodrigues com o seu álbum de estreia "Empa" e Gustavo Dinis sob o alter ego Uhai, ainda da nova geração mas com um trabalho de uma maturidade incrível João Guimarães, e por último mas não menos importante, os vários projectos que sublinham a importância da pergunta Que Jazz É Este? como Krake, Whosputo ou Trolls Toy. O coletivo de músicos da Gira Sol Azul convida este ano para o concerto anual especial, Pedro Abrunhosa, um dos grandes nomes da música portuguesa.
PR - Este Festival tem uma ligação muito forte à comunidade. Este “espírito” continua presente nesta edição?
Ana Bento - Este espírito é um dos grandes pilares do festival e num momento tão delicado como o que atravessamos faz ainda mais sentido esta premissa de forte ligação à comunidade. É por isso que sob o conceito que não é novo de "levar os concertos às pessoas" em vez das pessoas virem aos concertos, apresentamos a rubrica Jazz na Rua com um grupo dixieland em percurso pela cidade e levamos ainda Jazz ao Domicílio (à unidade de psiquiatria do Hospital de Viseu e a lares e internatos da cidade).
PR - Para além dos concertos, o que é que público pode ainda esperar?
Ana Bento - A Rádio Rossio, projecto de rádio ao vivo que integra a programação Que Jazz É Este? Desde 2015 tem este ano um destaque especial com a sua caravana estacionada sob a sombra com cheiro a tília no Rossio de Viseu e programas de autor especialmente desenhados para o festival. Oficinas para famílias e não só acontecem todos os dias de manhã com propostas desde uma viagem activa pela história do jazz, produção áudio, circle singing, entre outras. A comunidade de músicos e jovens músicos da região é também sempre tida em conta e este ano, para além da 12ª edição do workshop de jazz que decorre em Setembro, realizou-se na semana passada uma oficina de dixieland com jovens instrumentistas que integram entretanto a equipa Jazz na Rua.
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