11/09/2020

TIME FOR T | Discurso Direto


O novo EP dos Time For T, "Simple Songs for Complicated Times" foi um projeto espontâneo que começou numa caravana na floresta (perto de Lagos) durante a quarentena, devido ao COVID 19. Inicialmente, Time For T tinha pensado gravar um EP muito simples apenas com voz e guitarra mas acabou por pedir aos outros membros da banda e a alguns amigos que se encontravam em quarentena (entre Geneva, Lisboa, Madrid e Porto) para adicionarem as suas partes, porque cada um tinha a possibilidade de gravar em casa. Este projeto, inicialmente solitário, rapidamente se transformou num trabalho colectivo à distância. Tiago Saga, é hoje meu convidado em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - Canções simples para tempos complicados. Foi isto que a quarentena provocou nos Time For T?

Tiago Saga - Sim, penso que estava na altura de gravar alguns temas que tinha na manga há algum tempo. Estes temas eram todos mais calminhos e então o título do EP fez todo o sentido, considerando esta altura complicada em que atravessamos. 

PR - Este projeto, inicialmente solitário, rapidamente se transformou num trabalho coletivo à distância. Aprenderam uma nova forma de fazer música? 

Tiago Saga - Exactamente, foi uma forma totalmente diferente de fazer música. Felizmente foi possível pois todos nós temos algum equipamento de gravação em casa e conseguimos alinhar tudo com muitas conversas por Whatsapp. 

PR - O EP “Simple Songs for Complicated Times” é composto por uma mistura de canções em português, inglês e espanhol. A quarentena também deixou marcas nesta opção? 

Tiago Saga - Não foi uma decisão deliberada, foi algo natural mas talvez pela razão deste EP ser tão diferente do resto do nosso trabalho em termos sonoros, deu aquele espaço para cantar noutras línguas também. Sabe bem cantar em línguas diferentes, algo que vamos explorar no futuro também. 

PR - "Captivity" é um dos temas que fazem parte deste EP. De que é que nos fala esta canção? 

Tiago Saga - Fala sobre a sensação de ser cativo, tanto por nós próprios, tanto pela sociedade na altura da quarentena. Achei interessante o conceito de "cativeiro", somos os únicos animais que tiramos a liberdade um dos outros. 

PR - Em tempo de mudança, como é que pensam aproximar as canções deste EP do público? 

Tiago Saga - Já toquei alguns concertos em formato mais reduzido o que é bom mas ainda sinto muitas saudades de tocar com a banda e ter malta a dançar e abraçar. Música ao vivo sempre foi algo que nos uniu. Os live streams são bons mas não se compara com um bom concerto ao vivo, onde se sente a música no corpo todo e há uma troca de energia mágica entre todos.

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