Benjamim está de regresso aos discos com com “Vias de Extinção”. Começou como uma prolongada crise dos trinta misturada com a ansiedade causada por notícias de um futuro negro para a Humanidade (a nível político e ecológico), estendendo-se ao longo de um fim-de-semana que durou dois anos, entre o Cais do Sodré, o Incógnito e o fim de noite no Lux. Acaba por ser um testemunho quase arqueológico de um mundo extinto, em que a noite nos deixava dançar até de manhã e o suor era para ser partilhado na pista.
Estas são as canções mais diretas e pessoais que algum vez o Benjamim escreveu. Oscilam entre a honestidade pura e dura de “Guerra Peninsular”, a sede auto-destrutiva de “Segunda-Feira”, a ironia de “Domingo” ou a descarga eléctrica de sexta à noite de “Incógnito”. Benjamim, é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
Portugal Rebelde - É verdade, que este “Vias de Extinção” começou como uma prolongada crise dos 30 misturada com a ansiedade causada por notícias de um futuro negro para a Humanidade (a nível político e ecológico)?
Benjamim - Sim, a procura inevitável de sentidos para a vida num contexto em que o mundo parece estar a acabar. É irónico que o último passo da evolução humana seja a extinção, vítimas da nossa inteligência e hábitos de consumo estúpidos. Há que ter o panorama geral em consideração, quando se tomam as grandes decisões da vida.
PR - Este disco é também um regresso à tua essência enquanto músico e ao instrumento da tua formação, o piano. Todas as canções deste disco começaram a ganhar forma no piano?
Benjamim- Nem por isso, começaram quase todas no sintetizador, mas o teclado é o mesmo. A maneira de pensar a música ao teclado é completamente diferente de quando o faço à guitarra. A única canção que foi escrita ao piano é o tema que encerra o disco, “Serviço de Despertar”, e nota-se bem que é a canção mais fora do ambiente geral do disco.
PR - De que é que nos falam as canções deste “Vias de Extinção”?
Benjamim - Falam-nos de descobertas interiores, da noite, de noites em branco, do medo de morrer, de crescimento, das dores de crescimento, de tudo e de nada.
PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste “Vias de extinção?
Benjamim - Provavelmente o tema homónimo, acho que tem um bocado de tudo o que este disco representa. É também a minha canção preferida!
PR - No próximo dia 26/27 e 28 de Outubro apresentas aBs canções deste disco no Teatro Maria Matos (Lisboa) e Casa da Música (Porto). O que é que o público pode esperar destes concertos?
Benjamim - Será um concerto completamente diferente daquilo que tenho feito até agora. Tem canções novas, muitos teclados e poucas guitarras!
PR - Para terminar, fecha-se um ciclo com a edição deste disco?
Benjamim - Prefiro sempre pensar que se abre um ciclo novo.
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