05/10/2020

CABRITA | Discurso Direto


Ao longo de 30 anos o saxofonista João Cabrita esteve em formações que fizeram e fazem história na música portuguesa: Sitiados, Kussundulola, Legendary Tigerman, Dead Combo, Sérgio Godinho ou Orelha Negra são apenas alguns dos nomes. Gravou dezenas de discos, do Rock ao Jazz,do funk ao pop, e a sua onipresença em dezenas e dezenas de discos provam que tem sido, indiscutivelmente, um dos músicos mais versáteis e criativos das últimas décadas da música nacional. Chegou finalmente a sua estreia a solo, explorando fronteiras entre géneros musicais e convocando alguns dos muitos parceiros de outras formações para colaborarem nos seus temas. João Cabrita, é hoje meu coonvidado em "Discurso Direto".
 
Portugal Rebelde - Em trinta anos de atividade passou por formações como Sitiados, Kussundulola, The Legendary Tigerman, Dead Combo, Sérgio Godinho, Orelha Negra ou Cais Sodré Funk Connection e gravou mais de cem discos na música nacional. Porquê só agora um disco em nome próprio? 

Cabrita - Na verdade, e porque também comecei a compor mais regularmente nos Cacique 97 e Cais Sodré funk connection, a ideia do disco até surgiu a mais de meio do processo criativo. No inverno de 2018/19 vi que tinha quase nenhum espetáculo em agenda, por isso comecei a compor diariamente sem objectivo. Só depois, com as colaborações a entrar (compromisso com terceiros) e os 30 anos de carreira (o pretexto) e o entusiasmo do Hugo Ferreira da Omnichord Records é que o disco se tornou um objetivo real. 

PR - Para este disco de estreia “convocou” Sam The Kid, Legendary Tigerman, Tó Trips, Selma Uamusse, Gui, Ivo Costa, Hélio Morais, João Gomes, Sandra Baptista, David Pessoa, Milton Gulli, João Marques…Estes amigos são acima de tudo “cúmplices” neste projeto? 

Cabrita - Sim. Todos são muito bons amigos, e músicos que admiro muito e com quem aprendi muito. Todos temos história comum, uns mais e outros menos, naturalmente. Há muitos mais, mas a música é quem manda, e foi ela que pediu estas vozes. Outros temas provavelmente pediriam outras colaborações. 

PR - Há algum tema deste disco que o toque em particular? 

Cabrita - Isso é quase como escolher um filho preferido entre todos! Mas, não desfazendo nas colaborações, acho que o SOS talvez seja um que se destaque, porque em termos de composição talvez seja o que abre uma porta para um caminho futuro. 

PR - Já estão agendadas datas para apresentação das canções deste disco em palco? 

Cabrita - Nestes tempos de pandemia as coisas estão muito incertas. Infelizmente. Fizemos um primeiro em Leiria mesmo antes de começar isto tudo e outro no teatro Maria Matos dia 3 de Agosto. Portanto estamos prontos e com um espetáculo muito forte montado para levar o disco a outros patamares. Assim que houver confirmações atualizaremos as nossas redes sociais, por isso fiquem atentos. 

PR - Para terminar, que memórias guarda de 30 anos de canções? 

Cabrita - É difícil condensar tudo, mas os 30 anos passaram num instante. Estive entretidíssimo a gravar, tocar ao vivo, viajar em carrinhas, rir, discutir, gerir nervos e expectativas, tocar mais, escrever, compor… nunca se pára. Alguns pontos altos: sitiados no Portugal ao vivo e filhos da Madrugada, no estádio de alvalade, Sérgio godinho no Coliseu, 2004, Cais Sodré Funk Connection nas noites do Musicbox, The legendary Tigerman em Paredes de Coura. Discos, E Agora dos Sitiados (o primeiro) o Irmão do Meio do Sérgio Godinho, o 1⁰ disco de Cacique 97, o Misfit do Legendary Tigerman e o Odeon Hotel dos Dead Combo.

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