26/11/2020

SILENTE | Discurso Direto

                                                                                                                         Foto: Nuno Mendes

Silente é o novo projeto de Miguel Dias (ex-Rose Blanket) e Filipa Caetano, e que conta com a colaboração do escritor/poeta Frederico Pedreira nas letras. O disco é o resultado de uma paciente maturação que se estendeu pelo período 2015-2019, durante o qual o gosto pela experimentação contribuiu para alongar, sem pressas, todo o processo criativo. Este primeiro disco, homónimo, chegou às plataformas digitais no passado dia 6 de Novembro. Miguel Dias, é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
 
Portugal Rebelde - O nome "Silente" sugere a procura de um espaço sem "ruído" exterior onde a criação possa fluir livremente. Foi isto que aconteceu entre 2015 e 2019? 

Miguel Dias - Conheci a palavra “Silente” há uns 20 anos, através de um amigo meu que tocava bateria no meu anterior projeto “Rose Blanket”. A verdade é que esta palavra esteve sempre dentro de mim e quando concluí este trabalho e comecei a pensar em hipóteses para o nome do projeto e depois de várias ideias, quando relembrei esta palavra não houve mais dúvidas, foi escolha imediata. Porque gosto da sonoridade da palavra, do seu significado e sobretudo e indo ao encontro da pergunta, porque de certa forma simboliza a forma como pretendi que todo o processo de construção deste disco fosse prosseguido: sem “ruído” exterior, no sentido metafórico. 

PR - Que “viagem” é esta para que somos convidados neste disco de estreia? 

Miguel Dias - “Silente” é uma proposta musical em que o pop mais convencional convive com uma postura experimentalista, sendo que o resultado final poderá, possivelmente, exigir uma escuta com compromisso, mais do que uma atenção distraída. Não por ser algo complexo, que não o é de forma alguma, mas que assenta numa sonoridade que acredito que possa não ser absorvida no imediato. Ainda assim, e passado esse possível primeiro impacto de alguma estranheza, acredito que sobressai o enfoque que é dado às melodias, aos pormenores e às dinâmicas. 

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco? 

Miguel dias - Não consigo escolher um tema que caracterize por si só o disco, mas posso dizer que o meu tema cantado preferido é o Ninguém Tem de Saber” e que o tema instrumental que mais gosto é o “Fogo Farsa Fantasmas”. 

PR - Numa frase apenas como caracterizaria este disco de estreia? 

Miguel Dias - Sonoridade única e irrepetível, onde abunda experimentação e em que a primazia é dada às melodias.

PR - Este disco vai ter um segundo “capítulo”. Quando é que se iniciam as gravações? 

Miguel Dias - Sim, é essa intenção. Defini, ainda quando estava a gravar este disco, que o projeto “Silente” teria 2 partes. Esta primeira agora editada e uma 2ª parte para a qual já tenho várias ideias trabalhadas e que estou presentemente a iniciar as gravações. Não conto que esta 2ª parte demore os 5 anos que o 1º disco levou a ser concluído, mas também não será algo apressado.

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